A Voz da Girafa
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
terça-feira, 19 de março de 2024
Marcelo, um presidente de fação
segunda-feira, 18 de março de 2024
GOVERNO DO PS COM MAIORIA ABSOLUTA
A partir de Março de 2005, tivemos o primeiro governo do PS chefiado por José Sócrates, com maioria absoluta na Assembleia da República, com 121 deputados, que cumpriria a legislatura até 2009. O Ministro dos Negócios Estrangeiros era Freitas do Amaral, fundador do CDS. O Ministro do Trabalho foi Vieira da Silva, que desenvolveu favoravelmente ao patronato, nomeadamente com a introdução da caducidade na contratação colectiva, o código do trabalho criado em 2003 por Bagão Félix, ministro do governo do PSD/CDS. De Janeiro a Junho de 2005 venderam-se 1600 carros descapotáveis, mais 10% do que no mesmo período de 2004. A nível internacional, morreu o Papa João Paulo II e o projecto de constituição europeia é rejeitado em referendo na Holanda.
sábado, 16 de março de 2024
Maravilhas do Lima
AVENIDA DOS PLÁTANOS
Não tem carros este belo “boulevard”
A que dá mais encanto o rio Lima
Com canoas abaixo e acima
Deslizando com atletas a treinar.
Quem há por aí que possa não gostar
Desta luxuriante maravilha
Local de repouso da nossa vila
Para quem queira a beleza desfrutar...
E mesmo que lhe ponham outros nomes
Este que lhe ficou pelos costumes
É o que define o que a gente sente;
Avenida dos Plátanos se mantém
E se alguém disser que não lhe fica bem
É só para contrariar a gente...
Amândio G. Martins
sexta-feira, 15 de março de 2024
Paulo Rangel e o "bota-abaixo
Vi respigos de uma entrevista do histriónico Rangel à RTP, no dia seguinte à mesma ter acontecido, e não me surpreendeu nada a desfaçatez do sujeito, quando se referiu ao próximo líder da Oposição, dizendo que esperava de Pedro Nuno Santos que não enveredasse por um processo de bota-abaixo; na verdade, eu também concordo com esse princípio, que um líder da Oposição, até para ganhar o respeito da gente, deve cumprir a sua função com responsabilidade, apoiando o que estiver bem e denunciando e propondo soluções no que lhe pareça contrário ao bem-estar geral, só que não foi nada disso que o partido de Rangel fez com os governos de António Costa, classificando abaixo de zero o que foi um trabalho notável, se for tido em conta o complexo contexto em que governou.
De facto, tamanha era a fome de poder, que toda e qualquer notícia, por mais especulativa que aparentasse ser, se lhes pudesse dar alguns argumentos para atacar o governo, era logo cavalgada por Rangel, toda a liderança e deputados, para pedir a demissão imediata da figura apontada como alvo de investigação - ignorando os seus próprios telhados de vidro - sem dar tempo para a pessoa se defender, nem esperar para ver se haveria ou não motivos para tal; mas agora, embora nunca o tenham sido, já apelam a uma oposição responsável, sabendo que terão de trabalhar, se conseguirem formar governo, em cima de um braseiro permanente...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 14 de março de 2024
Viva a justíssima greve das(os) Jornalistas
UM CONTEXTO DIFÍCIL E MUITO PERIGOSO
Embora os resultados eleitorais, a reação dos principais protagonistas e as potenciais consequências desestabilizadoras do disparo do partido da extrema direita, estejam ainda na ordem do dia, não me pronunciarei ainda pormenorizadamente sobre o assunto.
Vou tentar resumir o contexto em que se realizaram e as perspetivas que, Como se sabe, não são nada animadoras.
No plano nacional, direi apenas, creio ser consensual, a incerteza e a preocupação são patentes. Mas também a certeza de que os democratas, as forças progressistas, saberão entender-se e rechaçar os efeitos da demagogia, do populismo, da regressão civilizacional que representa o referido partido.
Internacionalmente, a situação é ainda mais preocupante. Com destaque para as guerras da Palestina e da Ucrânia.
A primeira,cuja origem tem mais de 50 anos, transformou-se numa horrorosa catástrofe. Num massacre impensável depois do holocausto nazi. Aliás, como a comparou, e bem, Lula da Silva. Um exemplo entre os seus pares social-democratas. Catástrofe, diga-se, que atingiu a barbaridade e dimensão que atingiu, devido ao apoio que tem tido dos EUA e da benevolência da UE.
Em relação à da Ucrânia, a preocupação não é menor. Antes pelo contrário. A Ucrânia é o campo de batalha, e o seu povo, principalmente as forças armadas, carne para canhão. E para a comunicação social dominante do Ocidente, manipulando a opinião pública e justificando a guerra e a sua previsível intensificação e persistência, Putin e a Rússia, são os únicos culpados.
Omite as promessas feitas depois da queda da União Soviética e da dissolução do Pacto de Varsóvia, que a NATO não avançaria para junto das suas fronteiras, omite o comportamento do Governo da Ucrânia na dissolução de todos os partidos da oposição (11) e de sindicatos, omitiu e omite, os ataques contra eles, como o incêndio à casa dos Sindicatos de Odessa em que morreram queimados ou em fuga, cerca de 50 de sindicalistas, omite os ataques do exército ucraniano à população do Bonbass por reclamar o direito à sua língua (russo), cultura, e ao desejo de autodeterminação, omite o não cumprimento dos Acordos de Minsk que solucionavam o que restava resolver. Recorde-se que Ângela Merkel, confessou mesmo que o seu protelamento servia para que a Ucrânia se armasse. A armassem.
Ou seja, não lhes bastou a dissolução da União Soviética e o regresso do capitalismo. O que lhes convinha e convém mesmo, seria, será, retalhá-la, como fizeram com a Jugoslávia, ou colocar lá um governo “colaborador”. Colaboracionista. Como o da Ucrânia. Daí, a corrida aos armamentos e a continuação da guerra.
Imperioso é a paz. E relações normais entre todos os países da Europa e não só, incluindo, evidentemente, a Rússia. Só isso interessa aos povos. A guerra interessa aos que visam a hegemonia mundial, e ao complexo militar-industrial do armamento. Esta, entre potências nucleares, pode ter um fim trágico não só para a Europa, também para grande parte da humanidade.
Francisco Ramalho
Publicado, quarta, 13, no jornal O Setubalense
terça-feira, 12 de março de 2024
Um presidente experimentalista
Quando havia no Parlamento maioria suficiente para apoiar um governo para concluír a legislatura, para o que o partido maioritário tinha soluções, o “supremo magistrado” não resistiu à pressão partidária e mediática, sobretudo à da sua gente, e dissolveu aquilo tudo; se o que pretendia era ter um final de mandato sossegado, com o seu partido apaziguado à sua volta, saíu-lhe o tiro para trás, porque o que resultou das eleições promete ser tudo menos estabilidade - dado o crescimento absurdo dos monstros da extrema-direita - mesmo que o líder da coligação vencedora mantenha a palavra e não aceite formar governo com os nazis, porque a pressão interna há-de ser tão forte que não terá outro remédio, ou acabará substituído, embora o que venha a ser designado para negociar com a “canzoada” também não deva ir longe.
Do lado esquerdo, quando os génios todos ansiavam por uma hecatombe socialista, tão desnorteada tinha sido a sua governação, verifica-se que saem da contenda bem vivos e com ânimo reforçado; das restantes agremiações, o partido comunista faz lembrar a tragédia do titanic, cuja orquestra residente continuava a tocar impávida enquanto tudo afundava, com a agravante de, neste caso, atribuírem ao povo “burro” a sua desgraça, só porque esse povo há muito percebeu que nada de bom lhe poderá vir de tão irrecuperável velharia...
Amândio G. Martins
segunda-feira, 11 de março de 2024
Empobrecimento sem resposta e Marcelo ligados no avanço do Chega fascista!
ESTE POVO ADORA SOFRER
Cito mais uma vez Guerra Junqueiro: “Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio”. Pelo menos mais de 1 milhão.
O vendedor de banha da cobra, passa de 12 para 48deputados. O principal partido (coligação) da oposição, passa de 6 para 4.
Está tudo dito!
Para ser sincero mesmo, acabei por ficar surpreendido. Não pensei que Guerra Junqueiro estivesse tão atualizado.
Se a recauchutada AD mantiver a palavra e não der a mão ao vendedor de banha da cobra, o Orçamento de Estado não será aprovado e teremos eleições daqui a mais ou menos 1 ano.
Portanto, foi isto que fizeram mais de 1 milhão de imbecis.
Depois veremos se aparecem ainda mais.
É esta a estabilidade que teremos.
A luta continua!
Francisco Ramalho
sábado, 9 de março de 2024
AMANHÃ VOLTAMOS A FAZER O QUE NUNCA FIZEMOS ANTES DO 25 de ABRIL
O voto livre e
universal para homens e mulheres foi consagrado pelo e apenas depois
do 25 de Abril. Mesmo antes desses 48 anos de ditadura, ele não
existia. Votavam apenas os homens de maior idade que soubessem ler e
escrever (uma minoria).
Portanto, este foi um fruto do 25 de
Abril. A somar a tantos outros. Fundamentais. Como a Liberdade.
Liberdade de expressão, de reunião, sindical e política.
O 25 de Abril, criou também condições para uma sociedade mais justa e com direitos. O fim da Guerra Colonial,
As privatizações, a Reforma Agrária, as Comissões de Trabalhadores e de Moradores, a possibilidade de se constituírem cooperativas, etc. Foram algumas das bases para essa sociedade diferente e melhor.
Se passados 50 anos muito disso se perdeu e se continuamos a ter uma sociedade com grandes assimetrias, a culpa não foi nem é do 25 de Abril e dos seus ideais.
A culpa foi dos que com ele nunca estiveram de alma e coração. Estiveram mais a pensar na carteira. Com isso, desiludindo o povo. Condicionando-o, manipulando-o com a sua comunicação social.
Mas, apesar de tudo, o 25 de Abril valeu a pena e os seus ideais jamais morrerão.
Não quero que me acusem de estar aqui a fazer propaganda no dia da reflexão e até porque tenho de ir tratar do almoço. Mas, não se esqueçam de amanhã darem o seu contributo para revigorar Abril, votando em quem sempre se bateu por ele. Antes e depois. E que haveria de culminar com o golpe dos Capitães de Abril. O Movimento das Forças Armadas (MFA).
Portanto, todos às urnas amanhã! E votem bem.
Francisco Ramalho
Dia de reflexão - dizem...
ELEIÇÕES
Cá estamos mais uma vez em eleições
Andaram no país os salvadores
Garantindo que vão pôr fim às dores
De quem vive em miseráveis condições.
Alguns deles são rodados aldrabões
Totalmente despidos de pudores
E tão destituídos de valores
Que impingem mentiras como soluções.
Mais uma vez vamos votar convictos
De vislumbrar um “senhor dos aflitos”
Por entre os videirinhos conhecidos;
Tendo acabado a campanha festiva
Os que sonharam melhorar a vida
Vão juntar-se aos milhões de deprimidos...
Amândio G. Martins
sexta-feira, 8 de março de 2024
Na insignificância de um só dia
BRILHANTE
Elizabeth Duval é escutada
Por ser uma jovem estudiosa
E ter opinião judiciosa
Sabendo destacar-se da manada.
Inteligente e muito admirada
Onde intervém é sempre corajosa
Palavra serena mas vigorosa
Na defesa da pessoa humilhada.
É madrilena de “Alcalá de Henares”
Mas bem cedo procurou outros ares
Para enriquecer a sua formação;
Transgénero desde os verdes treze anos
Atormenta sagrados e profanos
Que apontem quem é diferente à exclusão.
Amândio G. Martins
quinta-feira, 7 de março de 2024
Em eleições não pode valer tudo
terça-feira, 5 de março de 2024
10 de Março: MAIS UMA BATALHA PELO FUTURO
No próximo dia 10 de Março, vamos travar mais uma batalha pelo presente e pelo futuro das condições de vida da população trabalhadora portuguesa no activo e reformada.
Em 5 de Outubro de 1910, acabou-se com a monarquia e implantou-se a
república. Em 6 de Março de 1921 foi fundado o Partido Comunista Português
(PCP). Em 28 de Maio de 1926 o capitalismo explorador e violento impôs o
fascismo.
Em 25 de Abril de 1974, após 48 anos de resistência e luta, a revolução
acabou com a ditadura fascista e abriu o caminho para uma sociedade melhor e
mais justa, que a Constituição da República aprovada em 1976 consagra, apesar
das mutilações impostas pela política de direita.
PS e PSD exercem o poder político
desde 1976, recorrendo um ao outro ou ao CDS, quando faltava maioria. O PS
meteu o socialismo na gaveta e a social-democracia quase que teve o mesmo
destino. O PSD tentou disfarçar-se de social-democrata para tentar esconder a
opção liberal e a política de direita, que o grande capital, as multinacionais
e os grupos económicos querem a todo o custo prosseguir, tendo criado opções
que são mais do mesmo, como a IL e Chega, para tentar iludir e enganar
eleitores.
Uma revolução eleitoral é difícil.
Mas no dia 10 de Março, com o voto, podemos lutar por uma vida melhor, combater
os baixos salários e pensões, a precariedade, a degradação dos serviços
públicos, defender o direito à habitação e mais justiça fiscal. A melhor opção
é o voto na CDU.