segunda-feira, 25 de março de 2013

Quem é Deus?

Às vezes é difícil «caçar» uma frase ou um texto de jeito no jornal...
Ontem consegui:
"Porque a diversidade dos caminhos é uma riqueza para dizer quem é Deus. O divino é uma cantata não é uma melodia." (Tolentino de Mendonça em entrevista ao PÚBLICO, 24/3/2013)

9 comentários:

  1. Há perguntas que apesar de parecerem normais não podem ser feitas porque não têm resposta. Se o homem conseguisse justificar Deus estaria a um nível superior de compreensão e podia ser comparado ao próprio Deus. A criatura não pode explicar o criador, porque este já existia antes da sua existência num espaço e num tempo que lhe foi completamente desconhecido. Logo, há perguntas que o bom senso devia não utilizar.

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  2. As crianças fazem todas as perguntas, mesmo esta. Quem pergunta tem curiosidade, quer saber, compreender, anda à procura, quer perceber. Esta pergunta « Quem é DEus?» não tem uma resposta, é certo. Mas terá várias, tantas quantas as criaturas que a colocam (e não colocam, mas pensam). As respostas podem agradar ou desagradar.

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  3. É correcto tudo o que afirma, mas eu estava a colocar a pergunta noutro plano, não no da infantilidade, mas num outro mais responsável. Naturalmente que as crianças perguntam tudo, essas adoráveis inocências, e a tudo devemos responder, mesmo que tenhamos o dever de lhes dizer que não sabemos, porque elas têm de aprender que há muita coisa que os adultos não sabem. Um abraço.

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    1. Este tema gera um debate infinito!!
      Intitulei este post de «Quem é Deus?» a partir da frase de Tolentino: "Porque a diversidade dos caminhos é uma riqueza para dizer quem é Deus". O próprio Cristo perguntou aos seus discípulos: "Quem diz o povo que é o Filho do Homem? (...) E vós? Quem acham que eu sou?"
      Por isso, a pergunta faz sentido!

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  4. A Teologia afasta-se da Ciência, ou melhor, têm caminhos opostos. Não se pode baralhar as situações e os conhecimentos e com respostas em situações diferentes querer que sirvam a perguntas feitas noutro espaço do conhecimento. As perguntas, cujas respostas não sejam suficientemente compreensíveis e que estas se sirvam de verdades absolutas nunca comprovadas, como se fossem dogmas e porque esses não se discutem porque são infalíveis, ficam sempre a pairar no limbo do conhecimento impossível. Longe de mim o querer desvalorizar a pergunta que foi feita pelo filho de Deus aos discípulos, embora de forma enviesada. Cristo perguntou: - Quem acham que eu sou? Não pediu para que estes descrevessem Deus.
    Todas as interpretações são correctas quando são feitas de boa fé, ainda que naturalmente algumas erradas e a minha, porque sou cartesiano, aceito, se me provarem, que poderei estar a lavrar na imensa seara do erro. Um abraço fraterno

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    1. Joaquim, não satisfeita com as respostas que lhe dei,
      fui à procura: se puder, consulte o Evangelho de S. João, cap.14, versículo 7 e seguintes: "Se vós Me conhecêsseis , também conheceríeis Meu Pai; desde agora O conheceis e O tendes visto»". abraço fraterno

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  5. Cara Amiga
    Não queria tornar este assunto interminável. Somos pessoas com formação diferente, mas ambas educadas, respeitosas e bem intencionadas, sem o mínimo objectivo de ter a última palavra num tema tão profundo e intransponível (para mim). Saber quem é uma pessoa ou uma coisa não implica saber explicá-las. Apenas constatamos a sua existência e pouco mais. Aliás, as perguntas dos evangelistas são sempre feitas a pessoas simples e não a sábios ou filósofos já existentes na época. Abraço fraterno e boa Páscoa.

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  6. Caro Joaquim, não leve a mal. Mas gostaria de prolongar um pouquinho mais este assunto que, pessoalmente, é deveras interessante e não encontro muitas oportunidades de o desenvolver. Claro que não se pode encerrar este assunto, que é interminável, mas podemos chegar ao ponto de não mais o conseguirmos dissecar ou ficarmos mais satisfeitos!
    Lembro-me que o Joaquim me disse, salvo erro, que é cartesiano. Ora, fui tentar perceber melhor o genial pensamento de Descartes no seu Discurso do Método, escrito já á maravilhosa distância de cerca de 376 anos. Já não me lembrava que o filósofo francês defendeu ou procurou provar a existência de Deus. Se lhe perguntassem «quem é DEus?», é bem possível que responderia que Deus é "infinito, eterno, imutável, omnisciente,omnipotente, enfim, ter todas as perfeições que existiam em Deus"(Descartes, Discurso do Método, Porto Editora,1988, p.91).
    Queira perceber esta resposta como um prazer em me esclarecer mais do que tentar aborrecê-lo. Longe de mim tal coisa.É um tema deveras fascinante! Abraço e boa Páscoa

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  7. A Céu é uma pessoa inteligente, culta e tenaz, bem intencionada que procura, a seu modo, e não poderia ser de modo diferente, ajudar e edificar uma sociedade melhor no espaço físico que é o seu país, respeitando valores e pessoas. Não poderia nunca aborrecer-me com os seus comentários, antes pelo contrário. Contudo, como aprofunda muito algumas das situações, nem sempre é fácil corresponder, como interlocutor, aos seus anseios legítimos. Quando eu me refiro a Descartes num determinado contexto, é apenas nesse que me considero cartesiano e é na dúvida sistemática que sou seu seguidor. Na procura de "Deus como um ser perfeito donde provém tudo o que está em nós. De onde se infere que as nossas ideias ou noções, que são coisas reais e que têm origem em Deus, enquanto nítidas e distintas, não podem ser senão verdadeiras, de modo que se possuímos muitas que contêm falsidade (......) é porque nós não somos verdadeiramente perfeitos." (René Descartes Discurso do Método, Best-Sellers, Lisboa, l964, p.61).
    É interessante que estejamos a falar de um filósofo na comemoração do seu nascimento,pois tal acontecimento teve lugar no dia 31 de Março de 1596, o que prova que pela obra que nos legou ainda está vivo entre nós. Considerado o "fundador de filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna" é um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental, contudo, com a evolução do conhecimento e das novas ciências, vão aparecendo contestações a alguma da sua contribuição para a Revolução Científica. Julgo que o livro do cientista português António Damásio, "O Erro de Descartes", que não tive oportunidade de ler ou consultar estará nessa linha, conforme o título nos induz.
    Da filosofia, não sendo seguidor de nenhuma escola, dos poucos filósofos que conheço,ou fui obrigado a conhecer na minha formação académica, retiro sempre alguma coisa para orientar a vida prática, mas a grande filosofia da vida é o olhar atentamente para a sociedade e as pessoas que a compõem.
    Sou agnóstico, não por algo de materialismo,mas por incapacidade de alinhar numa religião,das tantas que há e respeito.Um abraço fraterno

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