sexta-feira, 5 de abril de 2013

Vai e não voltes


Miguel Relvas já não é ministro mas não ganhou vergonha na cara. Poucos como ele terão contribuído para a degradação da imagem da classe política de forma tão devastadora.

Relvas personifica tudo aquilo que infecta mortalmente a nossa sociedade, impedindo-a de ser saudavelmente democrática. É um traficante de influências intelectualmente limitado e com motivações obscuras. É um habilidoso, dotado de esperteza saloia. Pratica a detestável arte da “inverdade” com uma brutalidade ofensiva. 

O facto de ter chegado a ministro, para não falar de outros cargos que ocupou com responsabilidades na gestão da coisa pública, põe a nu a fragilidade das nossas instituições, permeáveis a todo o tipo de arrivistas oriundos das profundezas sombrias dos aparelhos partidários que sitiam a democracia portuguesa e tentam vergá-la à fome de justiça e sede de bom governo.

Relvas sai sob um coro de assobios e imprecações populares, enxovalhado pela sua evidente falta de escrúpulos. Se fôssemos um povo capaz de aprender com os próprios erros este figurão seria exemplo a recordar no futuro enquanto personagem-tipo de uma história tenebrosa que deveremos evitar a todo o custo. Ele sai corrido mas ficam uns quantos aprendizes de feiticeiro.

O falso estudante do 2º ano de Direito (enganou-se duas vezes!), o doutor da mula russa, o ministro das pipocas, o homem dos telemóveis, vai-se embora. Decerto continuará a “trabalhar”, mas que vá fazê-lo longe dos dinheiros públicos.

Que vá e não volte, nunca mais.

Carta enviada à Directora do Público

4 comentários:

  1. O Dr? Relvas é a ponta do iceberg, mas em vez da sua emersão servir para uma consciente tomada de posição contra todos estes falsos políticos que se governam ou nos governaram, isto não vai passar de um espirro sem consequências, porque o laxismo tomou conta do país.

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  2. Caro Joaquim, houve alguma tempo, alguma época, em que o laxismo não tivesse tomado conta deste território a que chamamos país?

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  3. Como Portugal, como país, tem cerca de 800 anos, é possível que nem sempre o laxismo fosse o ambiente dominante, pois, nalguns períodos da História, reagimos convenientemente e criámos situações de que hoje valem como património de que nos orgulhamos.

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  4. Relvas saiu mas outros estão prestas a entrar, não sabemos ainda é como se chamam...

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