sexta-feira, 31 de maio de 2013

Rainer Werner Fassbinder


Rainer Werner Fassbinder 
 (31.Maio.1945/1982).

Director, Produtor, Actor e Escritor de filmes na Alemanha Ocidental, quando ainda havia o Muro de Berlim. Morreu com 37 anos apenas e no entanto deixou uma obra genial sendo considerado o representante da Nova Vaga de Cinema Alemão da altura. Começou com 21 anos e deixou cerca de 40 filmes, inúmeras peças para teatro e duas séries televisivas. “Berlim Alexanderplatz” teve passagem pelos écrans da RTP nos anos 80, tratando-se de uma série onde se retrata a Alemanha de entre as duas Guerras nos anos 30 do século passado, adaptada do livro de Alfred Döblin com o mesmo título, centrada na personagem de Franz Biberkopff. Na altura da sua morte, depois de ter realizado o seu último filme, Querelle, Fassbinder estava a preparar o seu próximo filme, Rosa L., centrado na vida da activista revolucionária polaca Rosa Luxemburgo assassinada pelos alemães em 1919.
A colossal produtividade de Fassbinder baseava-se, largamente, no facto de ele trabalhar sempre como parte de um colectivo e de se rodear de pessoas familiarizadas com a sua abordagem. As personagens femininas interpretadas, entre outras, por Hanna Schygulla, Irm Hermann, Margrit Carstensen, são marcantes. Fassbinder gostava de colocar as mulheres na posição de serem elas a veicular aquilo que o realizador tinha para dizer por achar as mulheres mais interessantes. As obras de Fassbinder aparentam ser tão pessimistas, tão despojadas de qualquer esperança de desenvolvimento pessoal e social, que se torna compreensível a rejeição que os seus filmes frequentemente encontram. Fassbinder gostava de transmitir a ideia de que se por um lado os seus filmes veiculam algo de desesperado, deprimente ou destituído de esperança por outro acreditava de que se as crianças fossem criadas como flores, talvez posam, um dia, viver de forma diferente dos pais. Daí se dizer que o realizador alemão filmou a partir de uma perspectiva infantil. Daí, também, a sua capacidade para ir directo ao assunto, contando de forma simples e ingénua histórias sobre os mais complexos problemas.
“Nunca tento reproduzir a realidade, o meu objectivo é tornar o mecanismos transparentes, para que as pessoas percebam claramente que têm de mudar a sua realidade.”

Fonte: “O Amor é mais frio do que a morte” Christian Braad Thomsen
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

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