quinta-feira, 13 de junho de 2013

Helena Vieira da Silva




Helena Vieira da Silva (pintora
1908.Junho.13 – Lisboa, Portugal / 1992

Maria Helena Vieira da Silva nasceu em Lisboa no mesmo dia que Fernando Pessoa. A sua infância ficará marcada pela morte de seu pai, em 1911, de tuberculose. A instrução receberá de sua mãe que lhe ensinará a ler e a escrever em português, inglês e francês. Desde cedo despertou nela o interesse pela pintura tendo ingressado aos onze anos na Academia de Belas Artes onde estudou desenho e pintura embora tivesse começado pela escultura. Frequenta também a Escola de Medicina pelo seu interesse em anatomia. Em 1928 foi para Paris onde conheceu o seu futuro marido o pintor húngaro Árpád Szenes e outros pintores seus contemporâneos como Picasso, Duchamp e Braque. A pintura de Cézanne fascina-a. Em 1935 adoece em Paris com icterícia. António Pedro que em Portugal prepara a primeira exposição convence-a a voltar a Portugal, onde aproveitará par recuperar, apesar de não ter nacionalidade portuguesa devido ao seu casamento com Árpád, de nacionalidade húngara. Em 1939 quando a guerra rebenta na Europa, Vieira e o marido estão novamente em Paris mas voltam para Portugal, para fugir à guerra. Apesar de ter participado na Exposição do Mundo Português o estado português nega-lhe o pedido de devolução da nacionalidade portuguesa. Estar casada com um húngaro naqueles tempos, para o regime de Salazar era muito suspeito. No seu país é mal recebida, conclui. Não é desejada e então parte para o Brasil onde vai encontrar um ambiente e uma recepção completamente diferente. Convive com muitos artistas brasileiros, principalmente os modernistas, tendo de algum modo influenciado a arte brasileira da época. Ficam no Rio de Janeiro até 1947 onde pintam, expõem e ensinam. Mais tarde voltam a Paris onde fixam residência e em 1956 o casal obtém a cidadania francesa fruto da enorme simpatia e reconhecimento que o Estado Francês lhe devota desde que ali chegou tendo Vieira da Silva sido a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts em 1966 e mais tarde, em 1979 torna-se cavaleira da Legião de Honra francesa. Em 1962 tinha ganho o Grande Prémio da Bienal de São Paulo. 
Enorme, a obra de Vieira da Silva percorreu um séc. XX de inúmeros movimentos artísticos e que conseguiu com um estilo próprio, o respeito e reconhecimento internacional da sua obra. Motivo de orgulho para Portugal, e sem ressentimentos pelos anos vividos fora do país, pois afinal o país foi o maior culpado para que tal acontecesse. A sua obra deveria ser dada a conhecer com mais intensidade na comunidade escolar nacional, pois é com os ensinamentos e as obras deixadas pelas pessoas notáveis que um país encontra as suas motivações para progredir.

1 comentário:

  1. Uma informação útil e interessante sobre Vieira da Silva, mas um pequeno pormenor que para alguns, menos informados, pode prejudicar. Na verdade, Fernando Pessoa e Vieira da Silva nasceram no dia de Santo António e em Lisboa, mas em anos diferentes. Pessoa nasceu em 1888.
    Eu e Manuel Alegre é que nascemos no mesmo dia, 12 de Maio de 1936. Obrigado ao Pedro pela boa colaboração que vem prestando neste blog.

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