terça-feira, 25 de junho de 2013

Tornado Infinito

O tornado Oklahoma, grau 5, durando cerca de 45 minutos, foi como se um corta-relva tivesse passado por cima da comunidade. Qual será a classificação do tornado que assola Portugal desde o Minho às Ilhas que tudo tem arrasado? Irei evitar quantificar os exemplos com números pois quando acabar esta carta já estão desactualizados. Quantas falências por hora com o consequente agravamento de desemprego? Quantos aumentos de IMI a recair nos proprietários que tantos sacrifícios fizeram durante uma vida para serem donos da sua casinha e agora, muitos deles, já no ocaso da vida, serem vítimas dum imposto tão injusto? Quantos casais da classe média e média-baixa se viram rapidamente sem direito ao subsídio de desemprego? Quantos reformados, com pensões miseráveis estão impedidos de aviar a receita médica pois a reforma não chega para ajudar os filhos e netos que lhes entraram pela porta dentro vítimas das insolvências dos empregadores e da segurança social? Quantos cortes nas reformas que todos nós, obrigados e de boa-fé, confiamos ao Estado e este descaradamente a encurta, encurta e não param de encurtar e sempre com ameaças de mais cortes em verbas sagradas e que deviam ser intocáveis  Será possível quantificar quantas mortes por falta assistência médica e medicamentosa, fome encoberta, e sem esquecer a taxa de suicídios que já ultrapassa o número de mortes registadas por acidentes de viação ou acidentes de trabalho. Claro que quando chega o tornado, haverá sempre quem tenha um abrigo e com o cartão do partido e se possível com o da maçonaria, consegue atingir com facilidade o lugar de CEO de qualquer empresa pública ou intervencionada, auferindo ordenados e prémios obscenos mesmo em tempo de vacas gordas, quanto mais agora, com todos nós a apertar o cinto. Do outro lado da barricada, há os outros, os simples mas bons, que sem cartões partidários mas cheios de fé, partem a pé na direcção de Fátima para terem direito não a um lugar de CEO mas simplesmente um lugar no CÉU. Termino com a promessa cumprida de não mencionar números que como estão vendo, já estariam ultrapassados. Qual a classificação do nosso tornado? O infinito, sem dúvida. Até quando aguentamos isto?

(DN, 23-5-2013)
Jorge Morais

1 comentário:

  1. Fez bem em não mencionar números pois essa parece ser a "doença do nosso tempo". Qualquer notícia, comentário, sejam eles de natureza informativa, espiritual ou qualquer outra natureza acaba sempre com o repetido..."isto traduz-se para a economia em tantos euros".
    Parabéns portanto por não esta "infectado"!

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.