domingo, 28 de julho de 2013

Disse «União Nacional»?

Passos apelou a "um acordo e convergência de objectivos com o PS para além da actual legislatura de modo a conseguir um clima de união nacional". Seguro respondeu que não gosta da expressão "união nacional", por estar "associada a um dos piores períodos da história do País". De facto, Passos com a idade que já tem, e apesar de não ter vivido o tempo do Estado Novo, já deveria saber que há palavras que Salazar adoptou há mais de 50 anos, que ficaram como que estigmatizadas, e quem as usar é de imediato atacado como se fosse um perigoso fascista. Seguro apenas respondeu com o politicamente correcto dos nossos tempos. Ou seja, reduzir o consulado de Salazar a 48 anos de nada. Os seus detractores, grande parte ainda vivos, não conseguem, por incómodo ou vergonha, assinalar sequer a grande obra que o ditador realizou nos primeiros 20 anos do seu regime. A restauração da ordem nas ruas, a segurança de pessoas e bens, a consolidação das contas públicas com o pagamento da dívida, os orçamentos equilibrados e excedentários, o arranque da Economia, o desenvolvimento, enfim. Foi feito à custa de liberdades que a I República havia prometido e desbaratou em anarquia, assassínios políticos e desordem pública. A ordem que Salazar restaurou foi desejada pelas Forças Armadas que lhe entregaram todo o poder, e pelo povo, que estava farto de desordem. Essa parte, bastante importante, os "democratas" de hoje, como Soares e Seguro, ignoram e nunca mencionam sequer. Não é por ignorância, mas sim desonestidade intelectual. Se Salazar tivesse abandonado o poder em 1950, depois de numa luta hercúlea ter conseguido salvar o País de intervir na terrível II Guerra Mundial, ainda hoje seria recordado como um dos maiores estadistas do País. Só quando a geração que apeou o seu regime pelas armas, que ainda está viva, desaparecer toda, então se fará a verdadeira e justa história do regime, que como toda a obra humana, teve coisas más, mas também teve coisas boas. Mas não precisamos de esperar tanto, para conhecer a verdade com isenção e estudo. Podemos ignorar historiadores parciais, como Franco Nogueira, que foi Ministro do regime, ou Fernando Rosas, por ser da extrema esquerda. Mas Filipe Ribeiro de Menezes, formado e doutorado em História no Reino Unido, com a sua magnífica obra "Salazar", dá-nos um excelente testemunho do bom e do mau do regime e do homem que o criou. A não perder.

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