sexta-feira, 19 de julho de 2013

E, se os nossos políticos, emigrassem. Todos!

Parecerá uma proposta um pouco descabida, principalmente de quem nunca o foi, político!" Poderá até parecer inveja! Poderá parecer o que cada um entenda que pareça, isto, até, por termos sido nós, nestes quase últimos 40 anos que fomos votando para  "colocar lá" estes eleitos.

Claro que se pode pensar  - com demasiada segurança! - que a classe politica há 40 anos era bem melhor que há 20. E não só cá, neste nosso País. Mas cá, é sem dúvida! E não são saudades de passado. Nem gosto do termo, como não gosto de Fado!

 É uma questão de termos o cuidado de não perder a Memória - como tantos querem que o façamos - e ir olhando a História. Claro que a História destes últimos 40 anos ainda não está feita - adequadamente -  e por muitos de nós foi vivida, logo não temos o distanciamento para o fazer. Mas convém não fazer "de conta" que vai tudo bem, e melhor não podia ser.

E os nossos políticos, todos, deveriam emigrar? Se calhar.


Estamos a constatar que fazem o lugar como melhor lhes convém, em vez de o lugar, os fazer a eles.

 A ideia de missão não é de modo algum o que se pretende, isso é para Salvadores e tudo o que não queremos, é essa espécie. Mas a ideia de serviço pelo serviço, claro que devidamente remunerado é o que se exige. E nunca uma eternização - a qualquer custo e feitio -  na política, pela política, pelo poder, pelo prestigio, que é o que bem fortemente está a acontecer nestes últimos 20 anos.

Quem entra na politica, fica-se pela politica. E estamos com uma geração de pessoas na politica que nada mais fizeram pela e com a vida que, não politica. E se calhar é pouco. Por certo a experiencia de vida fora da política deva ensinar "vida" e não está a acontecer. E  torna-se assustador, como olhando para o panorama político vemos sempre os mesmos a rodar desde que andam de calções, e que circulam conforme lhes dá jeito ou o chefe permite, de deputado a ministro, deste a secretário de Estado, a diretor publico, a autarca e ainda para mais de terra em terra, eternamente! É pouco , é muito pouco, e é mau!

A qualidade passou a não ser uma necessidade. A permanência a qualquer custo é a única "coisa" que interessa com obediência ao chefe, do momento. E de repente rodam todos uns em torno dos outros - sempre os mesmos - e até dando passagem  - entrada! - a familiares, e começa a não se entender o que está a acontecer.

E os políticos, estes, sempre os mesmos, não têm desemprego!

Logo, talvez esteja chegado o momento de todos, todos, emigrarem, todos os que estão no activo há 20 anos, em todos os Partidos/Movimentos, iriam embora, para a emigração - a experiência política talvez lhes desse abertura!! -  e apareceria uma vaga nova, desligada da anterior com a ideia que não vão eternizar-se na política - como estes, os atuais - , não fazendo aventuras excessivas, ouvindo, ouvindo - mesmos discordando - alguns seniores/ senadores ou só velhadas/experientes -  para não se inventar a roda, dado que já estamos no tempo do telemóvel! Com humildade, sem arrogância. Sem superioridade inconsistente!

Com cuidado, com respeito, com espaço, e sem ser uma eternização indispensável. Talvez fosse um principio, para uma melhoria deste triste País.

Augusto Küttner

3 comentários:

  1. Caro Augusto, gostei muito de o ler e concordo com tudo o que diz. Mas se me permite, acrescentava uma auto crítica, que assino. Estes políticos são nossa criação. Nós é que os fizemos assim. Lembre-se que desde o início desta "democracia", que nos habituámos a chamar-lhe ladrões e corruptos. Que lhes começámos a devassar a vida privada. Que lhes pagámos sempre mal. E as pessoas sérias e competentes, que também as houve e eram talvez a maioria, bateram com a porta e depois ficámos com os "Jotas". Acha que merecíamos mais? Eu não, porque alguns amigos meus, que partilharam já esse "fado", e eu próprio que (modestamente) colaborei de 1980-1983, nem queremos ouvir falar em mais serviço público. Termino com uma observação factual que diz tudo, sobre o nosso conceito de serviço público, em Portugal. Se ler um qualquer CV de um ex-ministro em Portugal, encontra a referência da sua passagem pelo governo como "desempenhou o cargo", ou desempenhou as funções". Se analisar o CV de um político dos EUA, encontra sempre a mesma expressão: "...he served...". Penso que está tudo dito.

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  2. Pois, Caro Manuel


    Sei que tem razão, e de facto "os políticos " não nasceram de geraçao espontanea.

    Mas se não mudarem, isto vai descaindo até mais ....não poder!!!!

    Penso que a isto teremos que juntar uma comunicaçao social ávida de sangue....e tem que o deixar de ser.

    Gostei do seu comentario. Obrigado

    Abraço
    Augusto

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  3. Concordo inteiramente com a sua leitura da comunicação social. É factual e infelizmente é assim em todo o mundo civilizado. É um custo (benefício para muitos) da democracia e do sistema de mercado, em que a facturação e os lucros se sobrepõem a questões éticas.
    Obrigado pelas amáveis palavras de incentivo.

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