terça-feira, 23 de julho de 2013

Entrevista


No "Público" de ontem vem uma entrevista ao presidente do Crédito Agrícola, Licínio Pina. Gostei bastante da entrevista não só pela raridade da entrevista a um presidente de uma instituição bancária mas principalmente pelas ideias expressas por Licínio Pina. Na entrevista desmistifica a questão do crédito disponível para o investimento e acusa o Ministério da Economia de continuar a ter demasiadas burocracias para quem quer investir. Fala da inconveniência da privatização parcial da CGD e explica porque é que o Crédito Agrícola, contrariamente a outras instituições, não fecha balcões no interior do país. Presidente de um dos bancos que melhor resiliência apresentou, Licínio Pina, à pergunta sobre o apoio público aos bancos privados em dificuldade, respondeu taxativamente que não, «o problema dos bancos deve ser resolvido pelos accionistas e não pelo Estado». Deverá ser o único presidente de uma instituição bancária a ter esta opinião. A seguir vem uma outra opinião que será a de muitos economistas e entendidos na matéria mas a quem a comunicação social não dá relevo. Ficou bastante admirado com o programa de ajustamento ser elaborado por pessoas com bastantes qualificações académicas e mesmo assim caírem no erro de acharem que políticas orçamentais contraccionistas não levariam a uma retratacção no consumo, o que qualquer economista sabe. Refere o óbvio de que a economia necessita de crescer e logo de investimento directo estrangeiro e que esse investimento só será exequível se acabarem com a instabilidade política e fiscal (!) de modo a transmitir confiança aos investidores, coisa que não se tem visto nestes últimos dias. Termina a entrevista criticando os políticos com responsabilidades governativas pelo triste exemplo de desnorte e desrespeito pelos portugueses dada a forma como eles tem conduzido a política neste país. 
«Defendo uma mudança nas lideranças partidárias para que quem assuma as funções saiba que quando toma uma decisão ela tem impacto directo na vida das pessoas».
Mas isto não foi sempre uma daquelas evidências óbvias?...Pois, parece que não, pois não sr. Portas?

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