sexta-feira, 19 de julho de 2013

Pediram um Presidente?

Há muitos meses que é pedida uma intervenção presidencial para resolver os problemas da crise financeira, e mais recentemente, da própria crise governamental. Os cínicos que a pediram, foram os primeiros a querer diminuir os já escassos poderes do Presidente (CS) aquando da Constituição de 1976. Não descansaram enquanto não o reduziram a um "corta fitas", deixando-lhe nas mãos apenas a "bomba atómica" da dissolução da Assembleia da República, coisa que Sampaio fez, para lá "colocar" o "seu" governo do PS. A decisão de CS surpreendeu os partidos, mas era de esperar que embora CS sempre tenha sido um timorato toda a vida, agora quando lhe arranjaram uma situação em que o seu arqui-inimigo Portas e o velho opositor da JSD (Passos) dos tempos dos governos CS (com Ferreira Leite Ministra da Educação) se puseram os dois a jeito, ele não quis perder essa única oportunidade de fazer "um bonito". E então na última fase do mandato, em que toda a esquerda lhe pedia eleições, nada melhor do que ficar na foto da História como um Presidente "democrata". Por isso nada de bom vai resultar da sua inovadora ideia do "compromisso de salvação nacional". Se eventualmente os 3 partidos conseguirem chegar a um acordo, ele será tão vazio de objectivos e metas quantificadas que os credores da "tróica" não o irão aceitar, e até os portugueses na generalidade, que não costumam ser parvos. Por isso, depois de uma semana de reuniões, que mais não fará do que aumentar a impaciência dos credores e concomitantemente, os juros da nossa dívida, CS acabará por se ter de desdizer, e convocar eleições, não para daqui a um ano, como insolitamente pretendeu, mas imediatas.
Ficará totalmente descredibilizado, mas assim não se ficará a rir dos restantes dirigentes dos 3 partidos, que há muito navegam nessas mesmas águas.
O povo, esse que se lixe, como dizia o outro.
Manuel Martins
Alandroal
 OBS. Este artigo foi publicado, na íntegra, no semanário "SOL" no dia 19/7/13.

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