sexta-feira, 26 de julho de 2013

Quando não queremos enfrentar a realidade. Iludimo-nos.

Não gosto do termo "pecado"! E mesmo quando fui obrigado a ser crente, me assustava a palavra "pecado". Parecia que havia um fiscal que pairava pelas nossas cabeças e se fizéssemos algo de errado, éramos - nunca entendi como - punidos. Mas era desconfortável.

Depois tudo foi ficando diferente, e o "pecado" caiu em desuso, e passou a ser e bem tido como "errado,  não correcto, não ético". Hoje está ainda nesta base, se bem que num tempo em que "vale tudo"! .

Mas como em,todo o lado, mas em especial a Ocidente, os valores se têm esbatido, o desrespeito por nós e pelos outros está fora de moda, tudo anda meio desequilibrado.

E como todos tentamos viver na espuma dos dias, nas noticias "noticiados ao segundo" e pensamos que "pensar" é uma maçada, ficamos todos demasiado formatados ao momento, momento que se esbate com o momento seguinte, e assim continuadamente!

E como somos todos seres humanos, e como todos erramos, mas achamos que só os outros erram, andamos com dificuldade em analisar a realidade. E quando o fazemos fica tudo propositadamente pela rama, para ver se a noticia da tarde, anula a da manhã. E tenta-se formatar raciocínios, sem dar espaço e tempo para analises mais cuidadosas e racionais.


E se "isto" é o que faz viver , mal, as nossas políticas, claro que se escapa para as Religiões. E acredite-se ou não, as Religiões , cá pela a Terra, se existe algo mais que cá a Terra, é feita e conduzida por humanos. Não vemos nenhum "deus" à frente de qualquer religião. São seres humanos com defeitos e qualidade, com taras, com tendências, com tudo o que de normal e anormal nos faz humanos.

E quando os tais valores andam desequilibrados na sociedade civil, também abrange as religiões - e não só -  que são feitas com humanos.

Em  várias ocasiões pela História - algo que tende a ser esquecido, para ficarmos sem Memória - se repetiram, erros já cometidos, e andamos aos tombos e recuamos, baralhamos, estragamos vidas, e não queremos parar para pensar. Não dá jeito! E quando uma guerra destrói tudo, aí arrepiamos caminho, até tudo voltar a esquecer. E errar em grande!

O que neste momento está a acontecer na Igreja Católica de Roma, é o que os humanos no seu descontrolo fazemos de pior. E estranha-se - ou nem por isso - quando se tenta fazer "de conta", quando os mais envolvidos na Igreja de Roma acham espantoso tudo o que se fala e não é muito agradável, sobre a mesma. Fazendo de conta que o Papa não disse a  quem quis ouvir, que as pessoas que compõe a sua Igreja estão a portar-se muito mal, tanto sexualmente, como quanto a poder pelo poder, e quanto a não seguir comportamentos mínimos de boa conduta. Pecam, muito. E isto está a generalizar-se.

Mesmo não sendo crente, dá para entender que a Igreja de Roma é uma instituição que não pode deixar de existir.

Mas tem que existir melhor, com mais transparência e sobretudo, quem está dentro e próximo , não pode - não deve! -  fazer de conta que nada percebe do que se está a passar. E quando o barco está a ir ao fundo, tentar fazer remendos não olhando à agua que está a entrar por todo o lado, pode ser adiar um grave afundamento.

Ser transparente, ser real, ver o momento, sem banalizar a Igreja ao mediatismo e a exageros de modernismo, não implica não ter que mudar em algo que é feito por humanos, com defeitos, erros e "pecados".

E encarar-se o momento de frente, e  sem filtros.

Não está a acontecer! Bem pelo contrário!!

 

Augusto Küttner de Magalhães

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