quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Cheque-mate!

A indignação do socialista José Junqueiro e a notícia do Público sobre a distribuição de cheques à porta das igrejas pelo presidente da câmara de Viseu é bem revelador da hipocrisia dos nossos políticos e do desconhecimento do país real dos jornais nacionais.

Como toda a gente que não vive na região de Lisboa sabe, as eleições autárquicas sempre foram eleições disputadas entre vários candidatos de partidos diferentes, em que um deles tem ao seu dispor um livro de cheques da Câmara para comprar os votos necessários para garantir a sua vitória nas urnas. É assim de norte a sul do país, ilhas incluídas, há mais de 40 anos.

Enquanto uns candidatos percorrem o concelho a prometer um mundo melhor e a oferecer canetas e papéis, há um candidato que percorre o concelho com um livro de cheques, oferecendo casas, mobílias, electrodomésticos, subsídios, apoios, excursões, festas, almoços e jantares. Tudo por conta do Orçamento de Estado. E agora adivinhem lá em quem é que o povo vota?

Moral da história: não há dúvida nenhuma de que, nas eleições autárquicas, o povo vota sempre na pessoa e nunca no partido, desde que essa pessoa traga consigo o livro de cheques da câmara, bem entendido.

Santana-Maia Leonardo

1 comentário:

  1. Infelizmente esta é a verdade nua e crua, mas quando o candidato é do nosso partido, achamos que é um benemérito e amigo do povo, mas se for da concorrência, então é um político sem vergonha que anda a comprar votos. O pagode gosta deste folclore e grande parte das pessoas não cultivam os valores morais, preferindo os valores materiais que dão mais jeito. É a vidinha portuga!

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