domingo, 4 de agosto de 2013

Lutas geracionais. Só isto faltava


Lutas geracionais. Só isto faltava


 

Num tempo em que estamos a perder valores, em todos os sentidos e aspectos. Em que o respeito entre pais e filhos e até avós, parece não estar a contar para nada. Em que o País se esvazia em todos os aspetos ,lato senso, até de Pessoas, conseguir-se lutas geracionais, parece o menos próprio. Mas está a acontecer.

Com o esmagamento  - a que estamos a assistir - do Estado Social, em vez de uma Reforma devida e necessária de todo o Estado, que incluiria  - dado estarmos falidos, ou quase, com uma divida de 123% do PIB! - não só Estado Social - Saúde; Segurança Social e Educação - mas antes e também , mais equilibrada e consensual , de Justiça, Forças Armadas, Polícias - unificando -los - Autarquias - fundindo-as, acabando com mais de metade das cidades que temos -  , e o mesmo em Institutos e Fundações e  renegociando - mais, menos, mais -  PPP´s.

 Ficaríamos com menos Despesa Pública, não poríamos os reformados, os desempregados, os doentes, os necessitados à beira do suicídio, e teríamos ainda verba para começar a reconstruir - investindo - na economia, neste desgraçado nosso País. Esta - economia -  produz e  faz ganhar "dinheiro" para reerguer o País.

Claro que não é o que se está a fazer, antes se vai pela tal via do esmagamento linear do Estado Social, só e já!  Passa todos os dias. Os reformados são uns malandros, que ainda por cima recebem dinheiro do Estado e parece que vão durar muito , nunca mais morrem. E os que hoje contribuem para lhes "dar" reforma, quando chegarem à idade putativa de se reformarem, não irão ter reformas. Logo.

 Logo, parece que é um incentivo velado - aos que hoje trabalham -  para que se revoltem nos descontos para os velhadas ou doentes, ou inválidos, ou desempregados. Mas essencialmente tudo que seja para reformados!  E ninguém enxerga , quer esmiuçar, que esses reformados já trabalharam, que hoje não têm como, nem onde trabalhar?

E se a ideia é não sustentar velhadas , doentes, etc., talvez recuperar os princípios de Hitler. E fazer uma raça pura. Só robustos, só jovens, só "malta" até aos 60 anos, tudo o resto não serve, ocupa espaço, não produz.

A passagem de Cultura, História e Conhecimentos geracionais, não interessa. Quanto mais sem cultura e sem conhecimentos, sem princípios, sem valores, sem educação, melhor!

Quanto mais se quebrar a solidariedade entre gerações, até entre todas Pessoas sejam ou não de idades diferentes, melhor.

Quanto mais possível for  - melhor, melhor - diariamente ouvirmos e lermos que quem hoje desconta para quem hoje está reformado, mal está a fazer, dado que por certo não irá ter quem para si o faça. Logo aos sessentas não vai ter reforma. Melhor.

E já não interessa um pai ou uma mãe ter uma boa relação com um filho, uma filha, um avó,  uma avô  estar com os netos. Até não poucas vezes ajudar monetariamente enquanto reforma tiver. Não, isso não interessa.

Já não interessa um velho ter direito a ter qualidade de vida! Já não interessa um velho saber que viver mais tempo,  não é uma  maçada, é bom. Já não interessam os avanços feitos na saúde para bem e mais tempo viver. Para quê?

Lixem-se as gerações, fique só a mais jovem, mas, sem doenças. Sem desemprego.Sãos. Sãos!!!! Se não lixam-se!

 

Augusto Küttner de Magalhães

2 comentários:

  1. Caro Augusto, Bem Haja pelas suas lúcidas palavras. Infelizmente os jovens de hoje não primam nem pelo respeito pelos mais velhos, nem pela gratidão. Por isso, conscientes que a Segurança Social do Estado não vai no futuro cumprir com o princípio da solidadariedade intergeracional, vão investir apenas e só em esquemas privados de reforma. Mais uma razão para desprezarem as obrigações contraídas pelo Estado que recebeu contribuições de 30 ou mais anos dos que agora esperavam uma velhice apoiada. Já ninguém confia em ninguém, neste triste Portugal. E o mais que aí virá, quando a crise bater nas hoje chamadas grandes economias da Europa!!!

    ResponderEliminar
  2. Sabe que o problema é de quem tem hoje filhos entre os 30 e os 40 anos, demos-lhes tudo...........täo facilmente..............

    Abraço

    augusto

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.