segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Bom senso ou insensatez?

Praticante por natureza do chamado bom senso, convivo muito mal com atitudes de tucudez. Dando um exemplo, vou tentar atingir dois coelhos com uma cajadada. Seria uma atitude de bom senso os senhores juízes do tribunal constitucional renunciarem ao direito que lhe foi concedido em tempos de vacas gordas duma reforma de milhares de euros ao fim de dez anos de funções sendo o melhor exemplo a senhora Presidente da AR. Outra atitude de bom senso seria passarem a ser apenas sete juízes que ainda recentemente ficou provado que tal numero é mais que suficiente. Atingido o primeiro coelho, passo a debruçar-me sobre o segundo. O senhor primeiro-ministro aconselhou bom senso aos juízes do Palácio Ratton. Sem querer ser enfadonho, até por falta de espaço, lembro-lhe apenas três ou quatro .exemplos: acha que usou o bom senso quando usou a insensatez retirar aos dadores de sangue a isenção das taxas moderadoras nos hospitais originando a falta daquela precioso liquido que salva vidas arriscando-nos a ter que recorrer à importação e sujeitos a lotes duvidosos de triste memória? Terá sido o bom senso que o levou a apresentar aquela infeliz ideia de reduzir a taxa TSU aos empregadores compensando com o aumento no desconto dos trabalhadores, medida repudiada pelos próprios, à partida, beneficiários? Entende ter bom senso aumentar a área de plantio de eucaliptos, autênticos lança chamas, contribuindo para a perda de vidas dos bombeiros e para a devastação da nossa floresta? Há bom senso, quando vemos os gabinetes ministeriais inundados de boys com menos de 30 anos de idade, muitos com 24/25 anos com a responsabilidade de assessores/adjuntos/especialistas (de quê?) auferindo vencimentos de vários milhares de euros enquanto discutem quanto onde tirar aos reformados? Termino com mais uma acção de bom senso: que o PSD, que já está a trabalhar para as legislativas de 2015, tenha o bom senso de arranjar um verdadeiro social democrata. Sá Carneiro agradece com toda a certeza. Jorge Morais
Publicado no Jornal METRO em 11.09.2013 

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