sábado, 28 de setembro de 2013

o caso rui machete e a política de antigamente

Não quero (nem sou muito propenso a tal) arrogar uma atitude clássica do antigamente é que era bom. Mas é voz comum que atualmente os políticos não se regem, como condição fundacional da sua ação, pela idoneidade. Este governo tem sido, a este respeito, fértil em casos. Três exemplos apenas (e são muitos) gritantes: Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque e Rui Machete. Todos conhecemos as irrevogáveis sombras que os perseguem. E estas (as sombras) possuem uma caraterística comum a todos: a mentira.
Atentemos somente Rui Machete. Omitiu, apropriadamente, no seu currículo, a passagem pela SLN. Depois, substituiu semanticamente o verbo mentir pela engraçada expressão "incorreção factual", para agora lhe chamar "erro involuntário". Perante isto, como devemos nós, portugueses desta república, apelidar o sr. Rui Machete? Aldrabão? Incorretor factual? Involuntário no erro? É só escolher. Não seria, porém, necessária toda esta novela se o sr. Machete houvesse tido a única atitude digna que um ministro poderia tomar perante estes acontecimentos: a demissão. Mas a demissão a sério, e não como a brincadeira que o sr. Portas lançou (e alcançou) no início do verão. Apetece-me aduzir, para acabar, a cansada expressão: antigamente era assim que se fazia.

3 comentários:

  1. Infelizmente, para nós, os que desejamos e vivemos no respeito pelo próximo e cumprimos as regras cívicas, os Machetes são um produto que foi crescendo nas últimas décadas e não é preciso, nem justo, desenterrar o antigamente.

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  2. Claro que não é preciso ir ao passado. Mas quando falo propositadamente em passado, não é necessário recuarmos muito. Lembro-me, por exemplo, que António Vitorino se demitiu por causa dum "esquecimento" da sisa, Jorge Coelho por causa da tragédia da ponte de Entre-os-Rios, etc. E isto não foi há muitos anos.

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  3. Só que essa gente continuou a ser gente de topo e se fosse qualquer um de nós, menos protegidos, tínhamos morrido de vergonha, e não continuávamos na crista da onda e e a desfrutar de cargos e lugares muito rentáveis.

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