segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Se quem exige 5% de défice, fosse Governo?

Todos estamos a sentir que esta austeridade pela austeridade, nos está pôr a cada dia que passa, de mal a pior. Se não houver um alívio controlado – para não se gastar onde não se deve, por vezes fazemos isso! – deste sufoco tremendo em que estamos metidos, vamos seguir e muito rapidamente o caminho da Grécia. Já estivemos mais longe!

Porém, quer este Governo- actual-, que mesmo com dois primeiros-ministros em funções e em simultâneo, não dá conta do recado – bem pelo contrário – quer todas as oposições, falam sem consistência, acompanhados por alguma comunicação social sensacionalista ávida de “sangue”, e não têm quaisquer soluções – de que tanto necessitamos – válidas, para não cairmos, se calhar antes do 2014, no precipício.

Como é evidente a postura dos três – vulgo troika – ainda para mais com a experiência falhada na Grécia e no Chipre, e talvez na Irlanda – dá jeito dizer que não – é de brincar com coisas muitíssimo sérias e essencialmente connosco, Pessoas. E é muito grave!

Mas, a oposição que pode vir a ser Governo, pela comunicação social dizer-nos que pediu/exigiu 5% de défice aos “três” para 2014, e estes não aceitaram, e nada mais – a dita oposição – propôs? É dramático! Ou seja, se fosse Governo, demitia-se? Amuava?

E, não seria de bater o pé à dita troika defendendo a sua posição de 5%, défice 2014, mas contrapondo de imediato que se fossem Governo, iriam baixar substancialmente os vencimentos, mordomias e mais regalias de PM, Ministros, Secretários, Directores, Assessores, e tantos mais que em seu torno rodam, e fariam a fusão de Camaras Municipais para metade, e proporiam, - já podem ir fazendo - baixar salários e mordomias em todos os Deputados. E poupara onde ainda há desperdícios de “dar nas vistas”!

E isto seria de facto notícia de primeira pagina e telejornal de abertura em tudo que é comunicação social, com um emissário a ir dar o recado à Frau Merkel, de imediato. E para cumprir, se fossem Governo, evidentemente.

Teria o País ao lado dessa Oposição, e faria os três troikanos repensar a sua posição e irem a correr às casas - mãe pedir instruções.

As restantes oposições manter-se-ão sempre a opor-se, dado que se o não fizerem perdem-se. Ficam sem lugar, mas convém, agitam as massas. Dá jeito.

E o actual Governo ver-se-ia numa posição delicada. A ter que agarrar com unhas e dentes as propostas do maior partido da oposição – que ficaria mentor da mesma para créditos futuros – ou iria cair.

E o País, que está numa situação dramática, talvez pudesse finalmente ver a luz ao fim do túnel. Tudo o resto é conversa irrealista!

Augusto Küttner de Magalhães

Setembro de 2013
(Público 21.09.2013)

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