segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Dividir para reinar ou reinar sem dividir?


Nenhuma sociedade dividida contra si mesma pode subsistir.
 
Frequentemente, encontramos no seio da sociedade células como a Família, a Empresa e o Estado, nas quais alguns dos seus membros se empenham em deixar em herança o legado da divisão.
Assistimos depois a Famílias que se transformam em Empresas e que, salvas as devidas exceções, não vingam nem como Família nem como Empresa pela divisão que as dilacera.
 
De modo idêntico, o Estado e os seus representantes máximos, que tantas vezes se deixam tentar pela máxima “dividir para reinar”, obstinam-se em colocar novos contra velhos e velhos contra novos (o denominado cisma grisalho), o público contra o privado e o privado contra o público, o trabalho contra o capital e o capital contra o trabalho, os sindicatos contra os patrões e os patrões contra os sindicatos, os partidos e os órgãos de soberania uns contra os outros, com prejuízo para todos, claro…
 
Algo de muito errado se passa numa sociedade e num país, que vive uma tão profunda crise de valores éticos, sociais, económicos, políticos, que quer seguramente ultrapassar, mas que, paradoxalmente, parece encontrar-se refém de si mesmo e relutante em mudar e avançar.
Coloquemos de lado as imprudentes ideias de “cismas”, que tanto mal fazem não apenas à Igreja mas a tantas Famílias, Empresas e ao próprio Estado e procuremos construir, em conjunto, as “pontes” necessárias que unam ambas as margens do rio, sobretudo as vidas daqueles que vivem e trabalham em ambas as margens, novos e velhos, ricos e pobres, patrões e assalariados, de “direita” e de “esquerda”, crentes e não crentes. “Reinar sem dividir” pode dar mais trabalho, mas, salvo melhor opinião, parece ser o que a maioria dos portugueses e das portuguesas quer e precisa nestes tempos tão extremos e desafiantes para todos, sem excluir ninguém e sem desistir do “outro”, seja este quem for. Vale a pena.
 
Luís Filipe Diz Fernandes

1 comentário:

  1. Totalmente de acordo:


    Algo de muito errado se passa numa sociedade e num país, que vive uma tão profunda crise de valores éticos, sociais, económicos, políticos, que quer seguramente ultrapassar, mas que, paradoxalmente, parece encontrar-se refém de si mesmo e relutante em mudar e avançar.


    Ou fazemos todos parte da solução, ou continuamos a ser um PROBLEMA; TODOS E CADA UM.

    augusto

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