Estava num espaço comercial
de grandes dimensões, quando, por vontade própria, dei comigo na secção de
‘frutos e legumes’.
E, tendo em mente o desnorte
económico em que estamos metidos, devido às mentes brilhantes que têm estado à
frente do nosso mau destino e ‘carneiramente’ temos consentido e, mesmo assim,
estamos à beira de o perpetuar, fui olhando para a fruta e legumes, anotando a
proveniência dos mesmos.
Até parecia que estávamos
(Portugal e suas gentes) em solo lunar impróprio para fazer germinar fosse o
que fosse.
Assim, trinta e um produtos
da mãe natureza em exposição foram importados de dezassete países, pelo que se
verifica que já nem para agricultores servimos.
Somos (???) uma cambada de
improdutivos, ociosos e subsidiodependentes, sem metas definidas, com apetite
de ricos e bolsa de pobres.
José Amaral
Essa é uma consequência da globalização sem freios. Os trabalhadores que trabalharam na produção desses frutos, quase todos na América do Sul e Central, vivem miseravelmente, porque os transportes consomem grande parte do preço. Os barcos movem-se com combustível que alimenta grandes empresas que, com cartel, vivem em regime de monopólio. Entretanto, fomos pagos para não produzir e perdeu-se o hábito. Estamos com uma pneumonia e não vemos possibilidade de cura. O nosso equilíbrio económico, já era.
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