quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A Moderna Colonização

A Moderna Colonização

Para dominar uma nação, a ocupação do espaço já não é necessária, nem são precisos exércitos em pé de guerra para subjugar os nativos, porque um complot sofisticado internacional se encarregou de o fazer, numa nova forma de colonização, aparentemente pacífica, denominada de investimento, que está a invadir os países que soçobraram a uma nova e diabólica organização económica. Modernamente, fantasmas capitalistas, para além de dominaram todos os instrumentos que produzem riqueza e condicionam a economia, compram os serviços que deviam ser públicos e pertença intrínseca de cada nação. A tristeza maior é que os governantes embandeiram em arco, quando conseguem lá fora, de mão estendida, que haja promessas de investimento estrangeiro no território pátrio.
Perdeu-se a noção dos problemas comezinhos, mas vitais das pessoas, que precisam de comer vestir e ter abrigo, porque os “bem-aventurados” vivem num mundo à parte, onde a ganância domina, e a realização pessoal de cada elemento é ter mais riqueza, mais bem-estar, sem se importar com os seus semelhantes. Pior que a Lei da Selva, porque as feras, quando estão satisfeitas, não atacam os seus inferiores, estes comparsas são insaciáveis e parece que a sua gula não tem fim.
Destrói-se todos os pilares da soberania e de respeito pela identidade e autoridade do cidadão. No caso português, ainda que o mal tenha começado há décadas, o Governo de Sócrates, para enevoar a situação e nos sentirmos confortáveis, até criou um documento identificativo denominado “Cartão do Cidadão”, que substituiu o antigo “Bilhete de Identidade”, para nos dar a noção de que seríamos sempre cidadãos a prazo, com um período renovável de 5 anos, pois terminou com o BI vitalício a partir dos 60 anos. Sem que nos apercebamos, isto serve para nos desviar a atenção de que já tínhamos entrado no caminho da perda da cidadania de facto, e o documento pretende demonstrar, agora, que o Estado nos reconhece e documenta a nossa categoria de cidadão, como se anteriormente não o fôssemos por falta de certificação estatal.
Temos todos, ou quase todos, andado muito distraídos, e agora encontramo-nos à beira do precipício.
A perda de valores fundamentais, que identificam e personalizam os indivíduos, criou um caminho que parece irreversível, porque o domínio é do Ter, em detrimento confrangedor do Ser. É tempo de despertar e procurar novas vias de entendimento, porque os carrascos não são eternos como os diamantes.
4.12.2013
Joaquim Carreira Tapadinhas -  Montijo  

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