sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A Cultura em Portugal, sem dó, é reduzida a pó


Lembram-se do tempo em que fazíamos colecção de cromos de jogadores de futebol, de bandeiras, de uniformes, de animais e outras curiosidades mais?
Íamos, diligentes, à mercearia do senhor Titinho e, com alguns escuros tostões, comprávamos rebuçados Vitória, que no seu interior tinham os almejados cupões para colarmos na caderneta até a preenchermos na totalidade.
E o primeiro de nós a preenchê-la ganhava uma bola de futebol, feita de gomos de cabedal.
Que delícia, que alegria infinda.
E o que o dizer do emblema do clube de futebol da nossa predilecção colocado na lapela da nossa coçada farpela?
Agora, são finamente chamados pins, representando tudo e mais alguma coisa.
Até a classe governativa tal modernice usa na lapela dos seus caros fatos azuis, ostentando a bandeira nacional, mas a qual dignificam muito pouco, ou quase nada.
Esses ‘caixeiros-viajantes’ que a Pátria vendem a retalho, mais valia ostentarem um cifrão, representando o Capital, pois, na preservação da Cultura e na Defesa Nacional, isso não o são.
Se não, o que deveriam fazer com os quadros de Miró que estavam no covil do BPN?
A Cultura não é com eles, e sem dó, reduzem-na a pó, para desgraça colectiva nossa e pouco honrando Joan Miró.  

José Amaral

O número

“As pessoas crescidas gostam de números…”.

Não sei por quê, veio-me à ideia esta frase do narrador, em O Principezinho de Antoine Saint-Exupéry, quando, há dias, li que Portugal é um dos países mais desiguais da Europa, que essa situação se agravou com a intervenção da troika e que se vai agravar mais com o OE de 2014.
Já estou em “decrescimento”. Talvez por isso, sou excepção à regra do narrador de O Principezinho. Gosto pouco de números. O que é uma fragilidade, já que tudo está a ser “ajustado” como meros números: saúde, educação, justiça, emprego, cultura, condições de trabalho e de vida, dignidade até. Somos (des)governados não por “principezinhos” vindos do asteróide B612 mas por “baronetes” e “baronesas” (um ou outro “barão” mais “irrevogável”…) que, talvez por serem oriundos(as) de certo “asteróides” ideológicos, adoram números e desprezam as pessoas.
Mas, entretanto, em muito do que “vejo, ouço e leio”, sinto “que não posso ignorar” um certo número.
É certo que é um número rejeitado por muita gente. Com ele, há quem não coma em certas mesas, não faça uma declaração (ou acto) de amor em certas noites (ou dias), não se case em certos sábados (e ainda menos em certas sextas).
Mas, apesar disso, um número que é excepção à minha aversão aos números pela importância humana, social e democrática do que significa. “Só” isto: “Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social”.
Isto é o que reza o artigo da Constituição da República Portuguesa com a epígrafe “princípio da igualdade”. Ao qual foi atribuído esse número.
É esse número que, cada vez mais, sinto que não pode ser ignorado. É o 13. Sim, o treze. É esse o número.

João Fraga de Oliveira


 

 

 

 

em O LIVRO EM BRANCO (página 43)


O Trabalho

 Ulmeiro, ulmo ou olmo
É o mesmo que olmeiro,
Não é trocadilho jocoso
É nas letras verdadeiro,
Porque de si é fibroso,
É sólido e é elástico,
Dá sombra ao trabalhador
Sem para ele ser cáustico,
Nem o tornar seu escravo
Como Esopo o foi,
Mas sim deixá-lo sonhar,
Quando ao lavrar com o boi,
Cansado da sua lida,
Não medir a força que tem,
Porque seus braços só são
Mealheiros sem vintém.

 E tal como o ulmeiro
Eu equiparo o Trabalho
Que é força, querer e vontade
Não só do punho e do malho,
Mas de todo aquele que vende
O suor do seu rosto,
Pondo em acção seus neurónios,
Em seu lugar, em seu posto.

 Mas no mundo do Trabalho
Há deveres e obrigações,
Mas pensam certos senhores
Não dar pão, mas privações.
 E, assim, não há consenso,
Tudo grita: não há pão!
Bate-nos à porta a miséria,
Espectro mesmo à mão.

 nota: poema urdido antes de Outubro de 1988

 José Amaral

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

em O LIVRO EM BRANCO (página 42)

Horizontes

 Quisera usar a caneta
Como o pintor a paleta,
Dar ao mundo tanta cor
Onde não houvesse dor.
Pintar na face de todos
Cores de vida e sol a rodos
(Estar-se em paz e sem medo,
Ser-se fecundo e não quedo).
Transformar o mal do mundo
Para não ser moribundo
Nas trevas sempre latentes
Vindas de muitas vertentes,
Correndo em águas do mal
Em torrentes de vendaval,
Que nos arrasta p’rà morte
Com bússola que não tem norte.
Tem ponteiro apocalíptico
Faz o mundo paralítico,
Sem forças pra se mexer
Nem mesmo para conter
O mal que bem s’aproxima
Com as cores de Hiroxima.

 Não era esta a paleta
Nem as cores desta caneta
Que eu pensara usar
Para todo o nosso azar.

 José Amaral

E o que dizer-se acerca do chipado sutiâ?


As leis da Natureza são tão preciosas e precisas que nos parece impossível serem alteradas.
Assim, na Primavera, é normal o desabrochar dos ternos botões que irão mostrar-nos em toda a sua amplitude e esplendor as perfumadas e belíssimas flores, para deleite de todos nós, amantes do belo, nunca se pensando que a ligeiro e suave toque, eles – botões – desabrochassem perante os gulosos e cobiçosos olhares em busca de se vislumbrar o que eles encerram antes do tempo oportuno.
Assim, perante tantos libidinosos e recíprocos olhares de acasalamento, muitos modernaços e chipados sutiãs, agora inventados, se escancarão para fazerem a suprema delícia dos (nossos) olhares.
Assim seja!

 José Amaral

Os 40 anos do tempo de Esperança


               Estamos quase lá: “esta é a madrugada que eu esperava…” E a madrugada está a fazer 40 anos que chegou e foi uma alegria sem par! A alegria fez acreditar muitos que aqui, afinal, não “vivia o mais infeliz dos povos à beira-terra”.  Apesar de muitos avisos para não irem atrás daqueles, muitos acreditaram nas quimeras. Foste avisado para usares a tua arma, o teu voto, para travar a euforia, e aclarar as promessas que te mostravam todos os dias, mas tu respondeste que te estavam a prometer um mundo mais belo e mais fácil e que em vez de semeares o teu pão e pescares no teu mar, eles davam bolos com chantilly.
Agora, Amigo, as promessas acabaram, estão a roubar-te o pão, levaram-te a casa, querem tirar a escola aos teus filhos e a saúde a todos. Uns poucos estão a vender o nosso País e querem obrigar-te a ires pelos caminhos que eles e estrangeiros a quem te hipotecaram querem. Mas “mesmo em tempos de servidão há sempre alguém que diz não”; não vás por onde estes te estão empurrar. Tu tens a “liberdade de mudar e decidir”, liberdade de produzir. “Abre os olhos e vê… Não é tarde, “Acordai homens que dormis”, e  vem apoiar as propostas e as alternativas que existem (mas que querem e estão a tentar esconder), para um Portugal independente onde os nossos filhos e netos tenham futuro.  “Agora é que o mar canta é que o sol arde Pois quando o  povo acorda é sempre cedo”.
Não pares, não desanimes. Esclarece-te, aparece e ouve e escolhe.
Não percas tempo e vem por estas estradas e “trás um Amigo também”. “Porque ninguém mais cerra as portas que Abril abriu”.

Publicado no Costa do Sol Jornal de 29 Janeiro 2014


O ataque ao mundo laboral continua


Mais uma vez, as forças de destruição do mundo laboral em Portugal, estão a avançar com mais medidas para acabar de vez com a pouca estabilidade havida em qualquer posto de trabalho.
Assim, o Executivo Exterminador – Governo e Forças Patronais – determinaram que a ‘avaliação do desempenho’ será o primeiríssimo critério a considerar no despedimento, isto é, uma espécie de roleta russa, um despedimento à ‘la carte’, ou a bel-prazer, ou ainda, um compressor que reduz o trabalhador à sua ínfima espécie: um ser descartável para lançar no lixo.
Tudo isto passa por não ser levado em conta o cumprimento legal de qualquer lei laboral. Ela, agora, é um autêntico ‘simplex’. O patrão diz: agora sim, ou agora não. E já está. Isto é, o lugar já era.

E falar-se do despedimento por extinção do posto de trabalho é o mesmo que dizer a um trabalhador que ande muito direitinho, porque, se não, amanhã vai direitinho para o olho da rua, ou fica sem horário, restando-lhe a única saída – o suicídio (ou matar o patrão/ladrão?).

Já no tempo de Salazar havia despedimento por justa ou não justa causa.
Se fosse por justa causa, haveria um processo em que se aclaravam as causas para tal situação de despedimento. Se não, então, havia direito legítimo à indemnização por despedimento sem justa causa.
Hoje em dia, as mentes exterminadoras do mundo produtivo e laboral, querem agilizar os despedimentos o mais rapidamente possível: despedir sem dó nem piedade.
Se é assim que querem, comecem pelo topo das empresas, onde enxameiam exércitos de improdutivos que saqueiam as mesmas e nada produzem.

Já é mais que tempo de se dizer basta! Portugal, a continuar assim a ser desgovernado, já era! Pois, sem descontos nem roubos aos trabalhadores do activo (que vão desaparecer) e aos reformados (que vão morrer), aonde irá o Executivo de Penhoras buscar dinheiro para manter as suas mordomias?

 

José Amaral

Crucifiquem-no

Santana-Maia Leonardo - Público de 30-1-2014
Sou contra as praxes porque sou contra todo e qualquer processo de domesticação do ser humano. No entanto, basta assistir às reacções que suscita a recente tragédia da Praia do Meco para se perder toda a esperança de podermos, algum dia, vir a ser um país de gente responsável.
Todos conhecemos o conto da Bela Adormecida em que o rei e a rainha, à boa maneira dos portugueses, mandaram cortar todos os espinhos do reino para que a sua filha não se picasse quando chegasse aos 16 anos. Todos os espinhos foram cortados e, azar dos azares, a sua filha chegou aos 16 anos e picou-se. Agora os nossos reis e rainhas querem proibir todas as praxes do reino para que todos os jovens passem a ser responsáveis, a deitar-se cedo e a deixar de ter brincadeiras parvas??!!!...Os portugueses continuam a acreditar que os problemas e as desgraças se resolvem com caneta e papel. Uma pessoa senta-se numa cadeira, começa a legislar, a proibir isto e aquilo, e nunca mais morre ninguém.
Não temos um mínimo de racionalidade. Tanto pedimos a pena de morte para o assassino como, passado pouco tempo, estamos a clamar pela sua libertação.
Somos um povo que os fariseus facilmente manipulariam para conseguir a libertação de Barrabás e a crucificação de Cristo. Os mesmos portugueses que, num dia, recebem alguém de forma triunfal são os mesmos que, no dia seguinte, são capazes de pedir a sua crucificação. E a prova disso é o julgamento sumário do jovem sobrevivente com base exclusivamente em suposições e na manipulação das emoções por parte dos novos fariseus.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O arco do poder

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Karma


Karma é uma lei do Hinduísmo que defende que qualquer acto, por mais insignificante, voltará ao indivíduo com igual impacto. Bom será devolvido com bom, mau com mau. Visto os Hindus acreditarem na reencarnação, o Karma não conhece limites de vida e morte.
Por um lado, o Karma serve para explicar porque acontecem coisas boas a pessoas más e coisas más aos bons. A injustiça do mundo, a distribuição aparentemente ao acaso do bem e do mal é apenas aparente. O mal é racional, de acordo com a lei do Karma (o mal deste mundo faz sentido).
A ideia do Karma é popular entre algumas filosofias/religiões ocidentais onde se separou das suas raízes hindus. Os teósofos (a Teosofia é um corpo doutrinário que sintetiza Filosofia, Religião e Ciência em cada época) acreditam no Karma e na reencarnação. Vejamos um exemplo:

Uma determinada pessoa mata outra…num café…Podem ter ocorrido de duas uma coisa. A pessoa que cometeu o crime usou o seu livre arbítrio para o fazer. Ou pode tratar-se de uma situação Kármica em que a pessoa assassinada teve de pagar o ter morto alguém numa anterior encarnação.

James Van Praagh, é um auto proclamado médium dos EUA, deixa claro que pensa que é o Karma e não o livre arbítrio, que leva pessoas a matarem-se umas às outras. Se Van Praagh está certo, podemos desmantelar os nossos sistemas de ética e de justiça criminal. Ninguém é realmente bom ou mau. É apenas o nosso Karma. Ninguém é realmente responsável por nada que faz. Somos peões Karmicos dançando no destino. Mas porque é que um princípio amoral como o Karma deve ser apresentado como explicando a injustiça máxima num Universo indiferente?
Porque, diz Van Praagh, “Estamos nesta Terra para aprender lições. Esta é a nossa escola básica…Devemos passar certas lições para crescermos.”De acordo com Van Praagh, a vida na Terra é uma vida no purgatório. Estamos a sofrer dos nossos pecados, a evoluir as almas. Estas são as mesmas razões que os Teólogos (da religião cristã) dão para a existência do mal num mundo alegadamente criado por Deus todo-poderoso e todo-bondade.
Portanto, podemos afirmar que hindus, teosofistas e teólogos (os que tentam justificar os desígnios do Senhor) todos apelam ao “mistério” de tudo isto. Mas não há mistério no mal se reconhecemos, por exemplo, que não há propósito na vida, se não há vida depois da morte, se não há recompensas no Céu nem punições no Inferno, se não há Nirvana. A crença no Karma não é essencial para uma vida com sentido. O Karma parece tornar a vida trivial, numa mera “lei metafísica” que reduz os humanos a criaturas desumanizadas, desprovidas de moral e responsabilidade.
O médico Brian Weiss dos EUA para descobrir qual a origem das doenças dos seus pacientes começou a pôr os doentes em hipnose e a grande maioria dos problemas desses doentes tinha a ver com vidas passadas. Durante essas sessões houve Mestres Espirituais que entraram em contacto com o médico e descreveram qual o processo porque passa o espírito depois da morte do corpo físico. Em termos simples, pode dizer-se que, o espírito depois da morte do corpo é presente a um tribunal onde o juiz é um Mestre Espiritual de um nível espiritual muito elevado, as testemunhas são constituídas pelos nossos guias espirituais (que irão fazer tudo o que está ao seu alcance para nos ajudar) e o espírito da pessoa que faleceu funciona como se fosse o réu, não nos podemos esquecer que o espírito da pessoa que faleceu já está afastada da parte material da vida (não se pode levar carros, ou casas, ou dinheiro, ou … juntamente com o espírito) e portanto acompanha o juiz espiritual muito mais facilmente. Depois do julgamento o Mestre Espiritual irá enviar o espírito para um lugar onde outro “Mestre Espiritual de aprendizagem” melhorará o que o espírito fez de pior nesta vida e em vidas passadas. Depois disso intervém outro “Mestre Espiritual de encarnação” que irá ver qual a família que mais se adequa-a para a reencarnação do espírito, muitas vezes acontecesse que o espírito vai reencarnar em famílias que já teve contactos em vidas passadas e tem que resolver problemas Kármicos (durante estas fases o factor tempo não existe, portanto para o espírito é indiferente se está muito tempo ou não durante estes períodos, segundo os padrões do planeta Terra). A partir da altura em que o espírito reencarna este tem um novo corpo físico e mental e esquece o que se passou em vidas passadas (é muito difícil ter a mente da pessoa acesso ao que se passou em vidas passadas, salvo raras excepções) e passa a agir com base no livre arbítrio e assim sucessivamente com novas reencarnações. Parece pois que durante um período de encarnar o espírito até desencarnar existe o livre arbítrio. Só assim, o corpo, a mente e o espírito poderão ser considerados responsáveis pelo que fazem, até o espírito atingir um nível espiritual muito elevado e não precisar de efectuar mais fases de encarnar/reencarnar. Se considerarmos o Karma este será aumentado, ou diminuído, aquando do juízo, pelo Mestre Espiritual, depois de desencarnar o espírito, e aquando da escolha da próxima família em que o espírito vai encarnar, com o objectivo de diminuir o seu Karma.
Quando muito o Karma funcionará como uma tendência que esse ser humano em corpo, mente e espírito terá nessa encarnação para resolver da mesma forma que existem doenças que o ser humano é mais provável que as tenha se os seus pais as tiverem.



em O LIVRO EM BRANCO (página 41)


comendo fome
 
Estava um dia sentado
Nos braços do pensamento
Quando por mim dei
Vendo voando o tempo
Qual perdida folha
N’abrupta tormenta
Do quotidiano de tanta gente,
Macilenta, mascarada de fome,
Vestida d’horrores,
Ao sabor de falcões
Em fúria de dilúvios.

 Caí dos braços do pensamento,
Tombando no meio dessa gente,
Vestida d’horrores,
Cansada da vida,
Comendo só fome.

 José Amaral

 

MÃE CORAGEM



Quero ser o mais parco e o mais breve possível, neste meu texto-opinião, acerca, se me é permitido através deste meu simples e singelo manuscrito escrito, provavelmente de alguma forma algo tosca e atabalhoada, mas devidamente, escrito com sentido e com alguma tristeza dentro do meu coração, demonstrar desta forma a minha enorme solidariedade e com o meu maior respeito, quer como pai e avô transmitir, e “quiçá” poder dar maior força para continuar a enfrentar a sua longa espera de um caminho cheio de espinhos e adverso, como tem sido o vosso.
Daqui quero transmitir a minha simples homenagem, deste cidadão anónimo para essa enorme, brava, corajosa, sofredora e heroína, que eu chamo de “Mãe Coragem”, que é sem dúvida e tem sido e que tem demostrando, como mãe, ao longo de todos estes anos, que tem conseguido, sabe-se lá com que esforço e sacrifício tem suportado esta espera inglória, mas com a coragem própria das verdadeiras vencedoras, sobrevivendo ao sofrimento e ansiedade em esperar, todos estes anos e não ver uma pequena luz, que seja,  de esperança, no fundo do túnel, que tenta com teimosia em não aparecer e ignorar por completo o anseio desta mulher, e não aparecer, a dita luz, que seria a chave da pequena e grande esperança, de finalmente poder abraçar o seu amado filho.
Tem sido ao longo destes anos uma autêntica e “louca” maratona de esperança, misturada no fundo talvez com algumas incertezas de anos vividos e rodeados de tristeza, angústia, saudades e acima de tudo de uma enorme resignação de esperança, lutando sempre na esperança de um dia poder voltar a ter o seu “menino” Rui Pedro de regresso, e pode-lo abraçar, desaparecido de forma estranha e misteriosa há de 16 anos.
Neste longos anos de "procura" aonde andou a polícia?. Onde estão o(s) culpado(s)?
Filomena Teixeira, atrevo-me de a apelidar de autêntica Mãe Coragem”, sem querer plagiar o original em alemão de, Mutter Courage und ihre Kinder, é que uma peça de teatro escrita em 1939 pelo poeta e dramatista alemão Bertolt Brecht(1898 - 1956).


Mário da Silva Jesus

                                                                                                             

2013, ano de maior regressão social! E 2014?

2013 ficou marcado na história da democracia como o de maior agressão social: Destruição do tecido económico interno; desemprego jamais sentido; cortes e recortes em salários, pensões e reformas;


horários de trabalho alargados sem remuneração; desregulação laboral e esvaziamento da contratação colectiva; menosprezo pelos Sindicatos e muito mais... em nome dum fundamentalismo ideológico


de extrema direita vinculado aos interesses oligárquicos e do capital financeiro. As austeridades não resolvem a nossa crise, servem os negócios que dela se alimentam. Os milhões sugados à maioria


destinam-se a pagar teias corruptivas desde o BPN/BPP aos submarinos; dos «swaps» às privatizações sem controlo; das rentabilidades obscenas dos concessionário das PPP;  das rendas de energia


(cuja factura da EDP tem quase mais impostos do que consumo...) e de mais €3,4 milhões de gastos com pessoal nos diversos gabinetes do governo(!). Em 2014 urge substituir este executivo de destruição


nacional, por políticos servidores da causa pública capazes de renegociarem a dívida nos seus montantes, juros e prazos; concretizar uma reforma fiscal redistributiva, taxando rendimentos e lucros com


justiça social a favor da dinamização económica. Os lucros das poupanças entesouradas não podem estar no exclusivo interesse do capital financeiro, devem canalizar-se para também tirar a economia


interna da agonia, fomentando crescimento e emprego. Devem ser repostos os rendimentos salariais, pensões e reformas e as contribuições injustamente roubadas, para redinamizar a procura interna, criar postos


de trabalho e ajudar Portugal a sair da crise.




         Vítor Colaço Santos

Faleceu o senhor general Soares Carneiro


Tomamos conhecimento do falecimento do senhor general Soares Carneiro, o qual foi uma figura de vulto no Exército Português, obtendo altas condecorações.

Foi, tal figura nacional, candidato presidencial nas eleições presidenciais de 1980 com o apoio da então Aliança Democrática, formada pelos partidos da Direita, tendo perdido a favor do reeleito general Ramalho Eanes.

Com tal perda eleitoral, gorou-se o acalentado sonho do então primeiro-ministro Sá Carneiro que ferreamente desejava a trilogia (o mesmo que três tragédias): uma maioria, um governo, um presidente, o que só agora, para desgraça nossa, se materializou: Passos/AR/Cavaco Silva.

 

José Amaral

Uma Agenda para Portugal

Portugal vive um momento histórico particularmente crítico e desafiante enquanto país e como Estado Membro da União Europeia e da Zona Euro.

O ano de 2014 coincide com dois marcos importantes para Portugal enquanto Estado Soberano e Democrático, um de cariz mais real e doloroso na vida dos portugueses, outro de cariz mais simbólico mas importante para o nosso património histórico: a conclusão do Programa de Assistência Económica e Financeira solicitado em 2011 pelo anterior Governo Socialista e a comemoração dos 40 anos da revolução do 25 de abril.

A comemoração do 25 de abril deve decorrer num verdadeiro espírito democrático e de união entre todos os portugueses, e potenciar os compromissos necessários que permitam concluir, pelo menos, com meridiano sucesso o Programa de Assistência Económica e Financeira e o regresso a financiamento de Mercado, bem como uma estratégia de médio e longo prazo que permita a Portugal ambicionar um equilíbrio e sustentabilidade das contas públicas e um crescimento económico sustentado, traduzido em mais emprego, competitividade, produtividade, exportações, captação de investimento, que consiga gerar simultaneamente uma maior coesão e solidariedade na sociedade, principalmente entre aqueles que foram mais afetados e penalizados com as consequências da grave crise que vivemos.
No entanto, o espírito reformista que necessitamos para Portugal deve extravasar as reformas estruturais ao nível da flexibilidade e estabilidade da nossa economia e do equilíbrio orçamental, na medida em que se torna indispensável e inadiável renovar e fortalecer todo o nosso sistema democrático, a democracia representativa, a justiça, efetuando igualmente uma reforma do Estado, do sistema fiscal e da segurança social, de forma justa e equitativa.

Devemos todos ganhar consciência da importância em alterar as políticas e modelos vigentes para garantir o Estado de bem-estar social e a necessária solidariedade entre gerações, nomeadamente, as políticas públicas na educação, na saúde, pondo cobro aos elevados níveis de endividamento e sucessivos défices públicos, que penalizam sobretudo os mais jovens, pois veem-se privados do acesso ao emprego e a um futuro com mais oportunidades e de maior esperança.
Para isso, os partidos políticos, componente nuclear do sistema democrático, têm de ser mobilizados e mobilizadores, precisam de ser verdadeiros canais concretizadores dessas reformas e não os seus diques de contenção, mais abertos à sociedade e ao serviço dos cidadãos, e não apenas daqueles que neles militam ativamente.

Uma reforma do Estado bem sucedida é aquela que origina verdadeiros ganhos de economia, eficácia e eficiência na utilização dos recursos públicos e na gestão pública, e, simultaneamente, aquela que garanta e prossiga o interesse público, sem prejudicar e onerar excessiva e injustamente as empresas, as famílias, os cidadãos.
Reforma do Estado e das Administrações Públicas que equacione e decida por uma efetiva e eficiente restruturação e racionalização das estruturas e dos cargos dirigentes, mas que consiga mobilizar simultaneamente os gestores e dirigentes do setor público e todos os trabalhadores em funções públicas, de modo a prestigiar todos os servidores do Estado e transformá-los em verdadeiros agentes e criadores de valor acrescentado para as Administrações Públicas, e que estas, por sua vez, funcionem como facilitadoras do desenvolvimento económico e criação de emprego, e como prestadoras de um serviço público de qualidade.

Esta restruturação e racionalização são urgentes e indispensáveis ao nível do setor empresarial do Estado e do setor empresarial local, e exige a rigorosa aplicação da lei por parte do Estado, dos Municípios e das empresas, bem como pelos demais órgãos de inspeção e de fiscalização que devem garantir o seu escrupuloso cumprimento.
A par da restruturação e racionalização, é imperioso efetivar uma verdadeira e salutar descentralização administrativa, que promova uma maior harmonia e um desenvolvimento mais equilibrado em todo o território nacional, combatendo energicamente as assimetrias que se verificam entre Lisboa e o Porto, o interior do país e o litoral, entre os grandes centros urbanos e os de reduzida dimensão.

Para alcançar este desiderato, afigura-se premente aproveitar os próximos fundos comunitários, no valor de aproximadamente 20 mil milhões de euros, que devem ser canalizados de forma eficiente e rentável, responsável e equitativa, para o crescimento económico e apoio às PME, criação de emprego jovem e combate ao desemprego de longa duração, reinvestimento numa agricultura mais moderna e competitiva, reindustrialização nos setores estratégicos nacionais e exploração dos recursos naturais e energéticos do país, nos setores ferroviário e portuário, que privilegiem o transporte de mercadorias, no setor do turismo, entre outros.
Os enormes desafios do presente e para os próximos 10 anos com os quais Portugal se depara reclamam de todos os portugueses uma união e solidariedade que contribuam para mais e melhor Portugal. Sempre que Portugal se uniu foi mais longe e mais alto, na Europa e no Mundo.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

em O LIVRO EM BRANCO (páginas 39 e 40)

na soleira do tempo
 
Do início não me lembro
Do tempo que percorri,
Eu agora só vislumbro
O tempo que não vivi.

 Longamente calcorreei
Um tempo nulo – vazio,
Que olhei e remirei
Sem calor, cheio de frio.

 Olhando o ido passado
Na soleira do tempo fico
Vendo um futuro cansado.

 O tempo não volta mais,
Perdi-o, fiquei sem ele
Em alcançá-lo jamais.

 veredas 

veredas e mais veredas.
veredas de precipício
nas vidas de muita gente.

 veredas em jardins reais
em fausto d’encantamento;
veredas cheias d’escolhos
em ondas cheias de lágrimas.

 veredas de ouro e luz
em mundos d’abastança;
veredas que só conduzem
ao mísero fim dum viver.

 veredas que nos embalam
em lufadas de prazer;
outras veredas só são
um cortar do coração.

 nota: poemas elaborados antes de 1988

 José Amaral

 

A despesa pública


        O nosso primeiro-ministro está a pedir para a oposição o ajudar a reduzir a despesa pública não lhe criando oposição, mas sim concordando com as medidas que o governo quer levar a cabo, E claro que já sabemos que a redução se irá centrar nos cortes das pensões e no despedimento dos funcionários públicos, como até aqui.
Mas… apesar de muitos portugueses habilitados e até economistas de renome indicarem outros caminhos, o nosso primeiro não dá ouvidos. E se começasse por reduzir as despesas do seu próprio gabinete? Porquê tem tantos motoristas e tantos assessores e técnicos especializados?
E será verdade que se almoça na Assembleia da República com menu de luxo a preços de saldo? Se é verdade é um escândalo; se é mentira porque não esclarecem e acabam com a informação na net?
E os pareceres a preço de ouro que são pedidos a gabinetes “especiais” quando muito dos serviços têm pessoal especializado para os emitir?

Tanta coisa para corrigir mas claro iria colidir com os chamados interesses instalados...   

Publicado Jornal Público de 28 Janeiro 2014

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Ainda sobre o fatídico acontecimento na Praia do Meco


Nasci no concelho de Armamar em 1943. Em 1957, já na cidade do Porto, aguardava completar 14 anos de idade para poder frequentar o ensino nocturno, enquanto trabalhava de dia.
Depois de estar já a estudar, o que mais me entristecia, enquanto trabalhava, era presenciar o cortejo alegórico estudantil prenhe de alunos muito alegres, enquanto eu, já muito cansado, ia a pé, chovesse os não, para as aulas nocturnas, pois só estudei de dia até à quarta classe.
À noitinha, depois de sair do trabalho às 19 horas, só jantava lá para depois das 22 ou 23 horas, após sair das aulas.
Aos poucos fui constatando que tais afortunados, que iam todos os anos nesses cortejos, só ‘desciam à rua’, junto ao povo, nessas alturas.
Depois, para os vermos, teríamos de pagar a consulta.
Também sabia que, nesses tempos, havia praxes académicas, mas, comparadas às praxes de hoje, é como estarmos num radioso dia de sol em amena cavaqueira ou, agora, estarmos no meio de um improvável tsunami, tendo em conta ao que de tenebroso se passou na Praia do Meco, não falando de outras e anteriores situações de grande gravidade, passadas no mundo estudantil.
Já me interrogo com a possibilidade de termos governantes que, defensores e ou antigos praticantes de tais cerimónias de cangalheiro, possam estar à frente dos destinos colectivos da nação e da sociedade que ela integra.
Parece que estamos a formatar objectos para guerrear e não formar pessoas para que possam vir a ser úteis à sociedade em que se inserem.
Mentes que tais actos extremos praticam e aqueles que a tais situações se acomodam não podem ser mentes sãs em corpos sãos. Podem ser tudo, mas não serão uma mais-valia no sentido humano e civilizacional.

José Amaral

 

Criação divina?



Há lutas fraternais, destruição
Ânsia de poder, cobiça desmedida!...
Num mundo onde só cabe a ambição
Daqueles que desprezam nossa vida!...

Há fomes, há miséria, há confusão!
Num caos onde a justiça e preterida!
Milhões de seres famintos querem pão
Vivendo abandonados, sem guarida!...

O Mandamento diz: - Não matarás!
E o homem que o esquece sem cessar
Diz-se seguir a Lei do seu Senhor;

Mas em seus actos só serve Satanás!...
Porque servir a Deus é semear;
Não ódio, nem desgraça, mas amor!...


Joaquim Carreira Tapadinhas, Montijo

A COBARDIA DAS PRAXES VIOLENTAS



A COBARDIA DAS PRAXES VIOLENTAS
Eu sou do tempo do serviço militar obrigatório, e quer no antigo Instituto Comercial de Lisboa, quer no ex-ISCEF, estudei como estudante-trabalhador, pelo que as praxes que encontrei foram uns "caldaços", sem qualquer repercussão ou memória que uma pequena dor momentânea. Era o tempo do serviço militar obrigatório (SMO), em que os jovens normais, que não tinham vocação de guerreiros, rezavam para não serem obrigados a combater no Ultramar.
Haviam os meninos ricos, cujos pais tinham dinheiro suficiente para os deslocar atempadamente para o estrangeiro, onde estudavam e um dia poderiam voltar, quando o regime caísse. Outros, que se intitulavam "antifascistas", também fugiam da guerra, como qualquer pessoa normal, mas afirmavam que eram exilados políticos, coisa bem mais fina. Descrevo este quadro para explicar que os jovens tinham muito com que se entreter, para estarem a buscar realização pessoal dos seus instintos guerreiros em praxes violentas. As praxes eram no meu tempo coisas normais, não violentas, e até divertiam terceiros. O que assistimos hoje é de uma violência terrível. Evoco outra vez a guerra, porque muitas das "cenas" destas praxes de hoje, parecem copiadas do treino militar para combate. Neste treino, que na Escola Prática de Infantaria de Mafra esperava os jovens cadetes, procurava-se simular um pouco algumas experiências duras de combate e da guerra psicológica que na altura as Forças Armadas enfrentavam nas colónias de África. Tais treinos incluíam técnicas de humilhação, procurando que os visados ganhassem uma "couraça" física e psicológica que lhes permitisse depois sobreviver na guerrilha que os esperava. Com o 25 de Abril, logo cuidaram de acabar com o SMO, com a conivência dos próprios chefes militares da altura, a quem competiria recusar tamanha asneira. Já se viu agora, 40 anos depois, no que deu. Uma juventude que hoje governa o País, sem ética, nem valores, malcriada e sem consideração para com os mais velhos. Avessa à autoridade, com tiques anarquistas por vezes, não disciplina nem se deixa disciplinar. Como é que os filhos dessa geração, hoje nas escolas e universidades, haveriam de deitar cá para fora os seus instintos guerreiros? Em vez de se alistarem nas forças armadas, porque são cobardes (e hoje não estamos em guerra), procuram descarregar os seus piores instintos em jovens indefesos.
Perante as vítimas já conhecidas destas práticas, ainda não vi nenhum dos directores ou reitores das escolas envolvidas, na cadeia, como seria normal num qualquer Estado de Direito. Será isto a democracia?

domingo, 26 de janeiro de 2014

A crise económico-financeira portuguesa

A crise económico-financeira portuguesa
Alguns estudiosos consideram que a crise surgiu em 2008 com o problema do crédito imobiliário nos EUA que seguiu para a Europa e para Portugal. Mas a verdade é que a crise portuguesa surgiu algumas décadas atrás quando o governo e as famílias começaram a ter mais despesas do que receitas de um modo estrutural e não conjuntural. Foram as grandes despesas do governo em infraestruturas (auto- estradas, pontes, barragens, etc.), em despesas correntes: aumento do número de funcionários públicos, alocação de automóveis de luxo, despesas de representação, etc., despesas em bens perecíveis. As despesas das famílias (particulares) tiveram origem na publicidade agressiva dos bancos e empresas de consumo para as compras a crédito, compra-se tudo a prestações: casas, carros, eletrodomésticos, tecnologias de comunicação, etc.; etc.
Só que as despesas do governo e das famílias cada vez mais subiam ao contrário das receitas, chegou-se a um ponto de rutura. As entidades internacionais (empresas de rating, bancos mundiais, etc.) e as nacionais (bancos comerciais, instituições financeiras, bolsa, etc.) já não acreditam que o governo e as famílias pudessem aumentar rapidamente as suas receitas e diminuírem as suas despesas num curto espaço de tempo, não há otimismo!
Os resultados já sabem: foi um calvário, diminuição dos salários, das pensões de reforma, aumento do desemprego, diminuição dos lucros das empresas, falências, especulação e mais especulação a nível nacional e internacional efetuado por grandes agentes económicos para obterem mais-valias com a crise dos países do sul da europa, a TROIKA. A nível das famílias o que parecia crescer até ao céu (crédito), afinal tinha que ser pago, os juros aumentaram, o prazo foi alargado, mas as famílias já não conseguiam pagar todos os créditos, as doenças, os divórcios e o desemprego também deram uma ajuda (os três D’s), há que entregar tudo ou quase tudo ao banco e às instituições de crédito, surge a figura jurídica da falência das famílias.



sábado, 25 de janeiro de 2014

Podia escrever sobre flores e passarinhos
Sobre o sol e o luar
Sobre crianças loiras e lindas
E sobre velhinhos felizes e sorridentes
Podia...
Se não houvesse guerra
Ódios
Pobreza
Desencontros
Injustiças
Invejas
Tristeza e morte...

Agora escrevo sobre os teus olhos tristes
Sobre a tua alma sem esperança
Sobre os teus filhos sem futuro

Agora não canto
Grito
Não rio
Grito
Agora juro,
Apenas posso jurar,
Que todos os meus dias serão de luta
De alertas
De trabalho
Para que as crianças do mundo
Amanhã tenham versos de esperança


                                  Maria Clotilde Moreira

Trabalhar de noite pode provocar danos irreparáveis a longo prazo


Especialistas do Sleep Research Centre, da Universidade de Surrey, revelaram como os turnos de trabalho noturnos podem alterar o metabolismo e prejudicar o bom funcionamento molecular. A descoberta sobre a rapidez e gravidade dos danos causados por ficar acordado até tarde foi uma surpresa.
Na investigação explicam que o corpo humano segue um ritmo natural próprio e que o relógio biológico é programado para ficar ativo durante o dia e dormir à noite. As mudanças podem causar sérios efeitos colaterais, como alterações hormonais, de humor, de atividade cerebral, da temperatura corporal, etc.
6% dos nossos genes são programados para ficar mais ou menos ativos em sintonia com momentos específicos do dia, se passar a trabalhar à noite, essa sintonia genética perde-se.
O Professor Derk-Jan Dijk diz: “que todos os tecidos do corpo têm seu próprio ritmo durante o dia, mas que ao ficarem “acordados” à noite, perdem a sincronia, podendo causar danos sérios a longo prazo, como aceleração dos batimentos cardíacos e alterações no cérebro. É um caos, é como viver numa casa onde há um relógio em cada divisão e cada um marca uma hora diferente.”

Eusébio... Futebol... Ronaldo...



Eusébio foi um excepcional praticante de futebol.

Depois de algumas dificuldades no final e após terminar a sua carreira como futebolista, Eusébio foi recuperado por dirigentes do Benfica, no essencial por interesses clubísticos e comerciais.

Como agradável desporto colectivo, o sucesso do futebol não se baseia só em individualidades, por mais excelentes que sejam.

Após a época de Eusébio, acelerou-se uma transformação no futebol, com as componentes desportiva e associativa a passarem a estar cada vez mais condicionadas e subordinadas à gestão dum negócio cada vez mais globalizado, intensificando-se igualmente, o efeito alienatório que interessa ao capitalismo.

No recente Benfica-Porto, nos 36 jogadores presentes (11 inicial e 7 suplentes em cada equipa), só 6 eram portugueses (2 do Benfica e 4 do Porto). No tempo de Eusébio, no Benfica, só jogavam jogadores portugueses.

O alastrar da profissionalização no futebol, a todos os níveis e graus, não tem contribuído para fomentar a prática desportiva geral e escolar.

Após o falecimento de Eusébio, agentes, dirigentes e empresários do futebol, aproveitando um certo clima mediático e emocional, colocaram a hipótese dos restos mortais do futebolista, passarem para o Panteão Nacional. E pressionados, talvez por interesses eleitoralistas, deputados dos vários partidos foram um pouco na mesma onda.

O nível, troféus, recordes e condecorações já alcançados como futebolista, por Cristiano Ronaldo, e outros que se perspectivarão, poderá levar a que os senhores e administradores do futebol, coloquem qualquer dia a hipótese duma estátua em Lisboa, em frente e da dimensão do Cristo-Rei.

 

 

 

 

 

Em memória de Miklós Fehér


Miklós Fehér.jpg
Faz hoje dia 25 de Janeiro, precisamente 10 anos, sobre o falecimento de Miklós Fehér, nascido a 20 de Julho de 1979, em Tatabánya, que foi um futebolista húngaro, atacante da selecção nacional daquele país magiar, tendo feito a sua estreia na selecção em Outubro de 1998, contra o Azerbeijão, tendo marcado sete golos em 25 internacionalizações. Foi igualmente internacional pelo seu país nas camadas mais jovens, Sub-18 e Sub-21. Começou por jogar no clube da sua cidade natal, o Gyõri ETO FC, tendo sido no Benfica o ponto mais alto da sua carreira. Era irmão da apresentadora e modelo Orsi Silva Fehér.
Foi nesta data 25 de Janeiro de 2004,(o "Grande Eusébio" se hoje fosse vivo, faria 72 anos de idade), e com apenas 24 anos, jogou a sua última partida contra o Vitória de Guimarães, no Estádio D. Afonso Henriques, num jogo a contar para a Liga em que Benfica venceu o clube anfitrião por 1-0, golo de Fernando Aguiar, tendo caído para sempre naquele estádio, após receber um cartão amarelo, começou a sentir-se mal e pôs as mão nos joelhos, tendo de seguida caído de costas em pleno relvado, vitima de paragem cardiorrespiratória. 
Tendo representado em Portugal com grande sucesso e dignidade as cores do F.C.Porto; S. Comércio e Salgueiros; Sporting Clube de Braga; F.C.Porto B  e finalmente no Sport Lisboa e Benfica.

Em sua memória o Benfica retirou o número 29 usado por ele, sendo este número nunca mais irá ser utilizado por um jogador do Benfica.


Mário da Silva Jesus

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Medida arrojada mas solidária

O Conselho Constitucional Francês, equivalente ao nosso Tribunal Constitucional, deu luz verde à taxa de 75% a aplicar às empresas com trabalhadores com salários anuais superiores a um milhão de euros previstas no orçamento do estado para 2014. A primeira proposta do orçamento francês previa a aplicação desta taxa, sob a forma de imposto sobre os rendimentos, aos trabalhadores com salários superiores a um milhão de euros. A versão agora aprovada pelo Conselho Constitucional prevê que a taxa seja aplicada às empresas, ficando ao critério destas fazer ou não refletir a taxa nos rendimentos dos trabalhadores. Esta medida tomada em França terá implicações a nível de solidariedade, equidade e justiça social. Em Portugal o que é que o Governo faz? Limita-se a aumentar aos impostos indiretos, como o IVA, que são impostos cegos que prejudicam os portugueses indiferentemente, aonde está a equidade? a solidariedade? a justiça social? O orçamento do estado português para 2014 deixou cair no IRS a taxa adicional de solidariedade que vigorou nos anos de 2012 e 2013. Esse adicional era de 2,5% para valores em excesso a 80 mil euros (coleta anual) e de 5% para valor que excedesse 250 mil euros ano. Os escalões do IRS passam de oito para cinco, o último escalão é de 80mil euros ou mais de rendimento anual e é aquele que perde as taxas adicionais de solidariedade.
(JN de 22/01/2014)

MEUS SONHOS




MEUS SONHOS
Num tapete voador
Pus meus sonhos a voar,
Foram longe, meus sonhos,
Longe , meus sonhos sempre vão,
E levam tempo a regressar!
Acordo,  e eles sem voltar!
Meus sonhos andam,
Por aí,
Ainda no ar!
Quando regressarem,
À pista da realidade,
Estarei no aeroporto,
Para os abraçar,
Para deles matar saudades,
Teremos muito que conversar!

Falaremos de esperanças.
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Autor deste original, inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar  24/01/2014