terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Remoques por causa de um reboque


Terá passado desapercebido à maioria dos portugueses a viagem de cruzeiro que o paquete Funchal fez durante a passagem de ano, tendo feito escala na Madeira para que os seus passageiros assistissem ao fogo-de-artifício na baía do Funchal, antes de se dirigir a Lisboa, como fim da viagem.

Mas, por razões de segurança, devido ao mau tempo e ao agitado estado do mar com forte ondulação, o comandante do navio dirigiu-se para a costa algarvia, ficando a pairar ao largo de Portimão, esperando por um rebocador para atracar em segurança nesse porto algarvio.

E, aqui, é que esteve o busílis da questão: o rebocador mais próximo encontrava-se em Setúbal.

Então, como foi noticiado, um passageiro VIP de seu nome Luís Morais Sarmento virou remocador-mór da embarcação, ao proferir a seguinte sentença: - eu, se fosse o armador, pedia uma indemnização ao Estado, pois trata-se de um português que investiu em Portugal, um país cheio destes problemas.

Este dislate de cátedra, deste ex-ministro, só demonstra bem o modo como os políticos, na sua grande maioria, olham o Estado: sugá-lo até à exaustão, quando eles, que deviam servir o País, servem-se dele até mais não. Ou será, se tal figura política fosse ministro do Mar, poria um reboque em todos os fios de água, ou criaria um instituto com o nome ‘Reboques de Portugal’?

 

José Amaral

 

1 comentário:

  1. A bocarra do sr. Sarmento está em conformidade com aquilo que lhe vai na alma. O Estado (o Governo) é uma ave a ser depenada, permanentemente, por uma casta de "exploradores sociais", que vivem à custa dos orçamentos, sejam eles nacionais, regionais ou locais. Logo, o povo anónimo deve pagar com impostos sucessivos e descomunais, para que os ricos sejam ressarcidos de algumas falhas que a organização do país tem, uma vezes porque não pode ter tudo o que seria necessário para responder aos problemas, outras por incúria de quem dirige ou dirigiu o país. São estes cérebros iluminados, comentaristas de serviço, que têm palanque permanente na comunicação social paga por todos nós e falam como se fossem cidadãos que vivem no Olimpo. Lamentavelmente é o que temos.

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