quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Três simples respigos


A linguagem dos políticos está cada vez a ficar mais rica e rebuscada.
Pelo contrário, a fala provinda de outras profissões está como sempre esteve, ou cada vez pior, pelo que, no que toca à palavra dinheiro, está pelas horas da amargura. Nem em plena luz do dia se consegue enxergá-lo, a fim de ser calibrado, pois, agora, está na berra o termo CALIBRAR.
Assim, voltando ao enriquecimento ‘ilícito’ da linguagem political/governamental, temos em uso e moda o ‘calibrar’ para isto, o ‘calibrar’ para aquilo, como se a sociedade portuguesa estivesse noutra dimensão vivencial, em que o ‘tamanho’ do desnorte orçamental/governamental, ou o ‘diâmetro da bala’ já não interessassem.
Basta o senhores da política decidirem qual/quem será a carne p’ra canhão.

Dei comigo a surpreender-me com a ideia luminosa de um aluno de engenharia da Universidade de Aveiro ter concebido uma simples rolha de cortiça, munida de um chip, que fornece dados sobre o conteúdo que tal rolha inteligente arrolha.
Logo me lembrei de quem deveria ser testado com tão milagrosa rolha: os políticos, para sabermos com exactidão o que têm dentro de si.

Todo o mundo sabe que o sistema de navegação conhecido pela sigla GPS é fundamental nos dias de hoje. Antigamente usava-se o AJP – abre a janela e pergunta.
Mas o mais caricato de tudo isto é termos sabido que a mesma sigla para o ensino particular, em Portugal, é de autêntica subtracção (roubo de catedral) ao ensino público, o qual, com tal sistema operativo, é de ficar sem cheta.

 

José Amaral

 

1 comentário:

  1. Caro José, concordo totalmente com a obscenidade que é a utilização destas palavras assépticas, que nada adiantam nem dizem...

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