segunda-feira, 24 de março de 2014

Imobiliário: manter e reabilitar

À fúria de construir - muitas vezes sem planos adequados às necessidades reais e a uma correcta utilização dos solos disponíveis -   o nosso Município (como aliás por todo o País) encheu-se de prédios. Alguns construtores tornaram-se grandes empresas e houve muitos lucros. Mas também muitos lugares ficaram para sempre destruídos invadidos pelo betão. E também hoje sabemos que muitas dessas construções não têm a qualidade apregoada obrigando ao seu abandono ou obrigando a constantes obras de correcção.
Tem sido uma tentação de alguns desenharem e redesenharem esquemas para condomínios, para empreendimentos de escritórios e serviços, para mudança de instalações históricas… para jardins infindáveis de manutenção onerosa e que podem acabar abandonados com todos os sinais de degradação que os irão invadir.
E até os projectos para a habitação social não tiveram em conta uma qualidade e dimensões que pudessem facilmente ser mantidas e aceitaram-se edifícios com deficiências de materiais e de difícil manutenção. As festas de “todos no nosso Município têm a sua casa” estão hoje confrontadas pela necessidade urgente de se fazer um trabalho profundo de avaliação e intervenção para corrigir rapidamente as falhas que se vão encontrando.
Estamos mesmo num tempo de nos virarmos para a obrigatoriedade de todos os proprietários – particulares e oficiais – assegurarem a manutenção dos nossos edifícios, actualizando as regras em vigor e obrigando ao seu cumprimento. É também necessário encontrar fontes de financiamento para a reabilitação. As nossas Vilas e lugares não podem continuar a degradar-se, o nosso património histórico não deve ser substituído por construções que não são mesmo necessárias.
E na área do emprego também as obras de manutenção e reabilitação podem ser uma parte da solução.

Publicado em 12 de Março 2014 no Costa do Sol - Jornal

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