segunda-feira, 17 de março de 2014

Público 17.03.2014

Ler livros, tão necessário, tão em desuso

A leitura, essencialmente de livros e de qualidade está desgraçadamente a deixar de acontecer. Muitas pessoas, hoje, entre os 18 e os 45 anos, “gabam-se” de nunca ter lido um único livro e assumem que não acham ter-lhes feito qualquer falta.
E se este grupo etário vasto nunca gloriosamente leu um livro, é mais do que evidente que o mesmo venha a acontecer a seus filhos. A voluntária não leitura de livros, que também se estende à não leitura de jornais, de preferência, evidentemente, de qualidade e não sensacionalistas, vem sendo substituída pelo que “passa” em redes sociais, na Internet e em televisões. (...)
E assim tantas livrarias estão a morrer. Assume-se que a leitura, completa, de um livro não é importante, não é necessária. E o vocabulário diminui a cada dia que passa, a conjugação do verbo com o sujeito não existe e com o suposto acordo ortográfico que nem o virá a ser — felizmente — vale cada um escrever como bem entender, mesmo que já nem português possa ser. (...)
O livro é uma fonte de forte influência na “habilidade de saber ler”, na captura de conhecimentos e sabedorias, bem no aumento do vocabulário (...).
Assim, a começar na família, os hábitos de leitura deveriam urgentemente ter de regressar, claro que mesmo em livro digital.
Nas escolas o objectivo deveria ser ler como uma forma activa de querer melhor aprender e melhor ser. Com telemóveis e todas as modernidades idênticas desligados.
Talvez não seja fácil, mas, empenhando-nos no livro, voltará este a cumprir sua tarefa educativa em todas as idades, em papel ou não, e não se ficará como cada vez mais se está, imaturo, e a ler tudo pela rama!


Augusto Küttner de Magalhães,

3 comentários:

  1. O problema é que o livro apareceu quando havia muito tempo livre; nem rádio, nem televisões, nem Centros Comerciais, nem cinemas, nem trabalhos por turnos, etc. Havia, sim, longos serões de leituras ou o deitar cedo e cedo erguer! Hoje o dia prolonga-se na noite laboral e quase que nem há tempo para livros! Apenas fugazes leituras de jornais e pouco mais! Além do mais, os modernos meios tecnológicos levam a maior dispensa de livros! Certo é que a evolução da sociedade muda comportamentos sociais. Também os meios de aquisição de conhecimentos, cada vez mais, em abono de verdade, permitem todo este "desenvolvimento", o que, como tudo, é sempre passível de discussão; aonde nos leva este "desenvolvimento"? Para mim, leva-nos a um mundo mais materialista, mais centrado no Ter do que no Ser, porque cada vez mais há mais bens de consumo postos à disposição dos consumidores e estes quase já nem preocupados em ser cidadãos mas sim capitalistas ou acionistas de qualquer coisa! Qualquer dia, qualquer Presidente duma República, em vez de se dirigir com as frases introdutórias: Cidadãos, ou, Portugueses, dirá Exmºs Acionistas. Sim, porque o que, atualmente, preocupa os governantes é o interesse dos acionistas não dos cidadãos! Livros para quê? Já sabem muito, mesmo sem ir às escolas ou universidades!
    O Relvas explica ou até mesmo o Sócrates, e mesmo todos os que sem terem soado as trombetas tiraram ou compraram cursos e são virtuais doutorados neste país; rei da corrupção e da injustiça! Livros, livros! Que livros teriam lido? O Príncipe de Maquiavel, penso eu de que. FigasRegards

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    1. Pois, tem razão.....mas mesmo assim, pode ser que fique tudo na "mesma"!

      abraço

      augusto

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    2. Carissimo de facto nada vai mudar!!!!

      abraço

      augusto

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