segunda-feira, 19 de maio de 2014

NATO: máquina de guerra ao serviço dos EUA

             A Organização do Tratado do Atlântico Norte surgiu no rescaldo da 2ª Guerra Mundial com o intuito principal de proteger pessoas e bens (conceito estratégico inicial desta organização), mas que na realidade escondia o receio do poder militar da União Soviética e da ideologia dita comunista, com a qual teve confrontos diplomáticos e estratégicos que tiveram o seu auge na crise dos mísseis soviéticos colocados em Cuba durante a presidência de John Kennedy. Enquanto o Pacto de Varsóvia durou, poderia ainda haver alguma justificação ideológica e política para a existência da OTAN, como forma de equilíbrio de forças entre os dois blocos militares. Actualmente, visto que o Bloco de Leste se desmoronou, não existe qualquer razão válida para esta instituição continuar a existir.
            A OTAN é actualmente uma organização bélica sem sentido, que se limita a defender os interesses estrategico-militares e económicos dos Estados Unidos da América, e dos países a eles subservientes, em qualquer parte do Mundo.
            Segundo o que li, a Cimeira da OTAN em Lisboa veio propor um novo conceito estratégico: o de defender um modo de vida. Que modo de vida é que se pretende proteger?
Com certeza, aquele que se vive actualmente: o da exploração do homem pelo homem, o do capitalismo financeiro, o mercado livre de capitais, , que sem qualquer regulamentação do Estado, dá lucros fabulosos a alguns e escraviza milhões de pessoas, provocando crises, como a que estamos a viver, que sacrificam os povos e os atiram para a pobreza, de um dia para o outro. Propõem defender um sistema injusto e imoral, que só se preocupa com a ganância e a globalização (disseminação de um modelo económico, social e cultural de índole anglo-saxónica).
           Esta organização manifesta também a intenção de passar de uma postura defensiva a uma atitude proactiva, isto é, deixar de intervir só em autodefesa e, se achar necessário,. fazer a guerra contra quem quer que seja, claro está, para defender o tal modo de vida.
E  já vimos como é que os governos dos EUA reagem quando têm conflitos de interesses ou de ideologias: invadem, fundamentando-se em mentiras (o caso do Iraque), derrubam governos e montam ditaduras (a ditadura de Pinochet no Chile), desrespeitam os direitos humanos,  quando lhes convém. E ironicamente afirmam ser acérrimos defensores dos direitos humanos. Espanta-me ver a Europa ajoelhada perante tão perfidioso parceiro!
          Os líderes europeus actuais, a começar por Durão Barroso, que é responsável moral pela morte de centenas de milhares de seres humanos no Iraque, ao ter apoiado a invasão deste país pelo exército americano durante o governo de G. Bush, são lacaios dos interesses americanos e estão a pactuar com a destruição da União Europeia, tão distante que está, neste momento, dos ideais de Jean Monet! Não vivemos numa Europa dos cidadãos, pluricultural, solidária e defensora dos grandes ideais da Humanidade, mas numa Europa deturpada e corrompida por esse modo de vida que a OTAN se propõe eternizar!
Manuel Coimbra

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