quarta-feira, 21 de maio de 2014

O malogrado Atlântida

O malogrado navio Atlântida continua a enfrentar a figura gigantesca do Adamastor, que obsta que a brava marinhagem ultrapasse com sucesso o Cabo das Tormentas, a caminho de uma Boa Esperança para todos nós.
E, assim, como no canto V de Os Lusíadas, também agora ‘se nos arrepiam as carnes e se agitam os cabelos’ ao vermos quão impotentes somos a fim de evitarmos que, por causa de um só nó marítimo a menos, a venda pública do desventurado navio passe de 50 para apenas 29 milhões de euros, quase metade do seu custo.
Que os raios de Vulcano fulminem todos aqueles vendilhões pátrios ou a ferros sejam postos, por terem criminosamente contribuído ou continuem a contribuir para que tal empresa de sucesso seja levada para o fundo do mar de todas as nossas mais profundas lamentações.

Texto também publicado no METRO, de 23/5

José Amaral

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