quarta-feira, 28 de maio de 2014

SOBRE A GUERRA NA SÍRIA

          Fundamentando as minhas afirmações em informações, documentários e opiniões de especialistas que li nos jornais e vi/ouvi em televisões internacionais, sobre a guerra civil na Síria tenho a dizer o seguinte: entre as forças rebeldes foram encontrados combatentes mortos com documentos de identidade de países ocidentais (estes combatentes, chamados de “chacais”, estão ao serviço de países que pretendem derrubar regimes políticos de outros países, para aí instalarem os seus interesses político-económicos); no início deste verão, foram capturados rebeldes na Turquia, junto à fronteira com a Síria, que transportavam armas químicas; os serviços secretos da Arábia Saudita actuam no terreno e este país terá fornecido armas químicas aos rebeldes sírios; as monarquias árabes, principalmente a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Qatar e o Barhein são politicamente opositoras ao regime sírio e  têm-se envolvido, em coligação com os Estados Unidos da América, neste conflito. Há muitos interesses económicos, políticos e geoestratégicos em jogo na Síria.
         Deve-se, portanto, aguardar pelas conclusões dos peritos da ONU sobre quem foi  responsável pela utilização de armas químicas em Agosto que provocou a morte de 1500 civis, entre os quais havia crianças e mulheres.
        Qualquer acção militar ou boicote económico àquele país deve ser decidido pela Organização  das Nações Unidas, que é a instituição representativa da comunidade internacional.
        Os EUA não têm qualquer legitimidade para intervir militarmente na Síria por decisão própria. Estariam a infringir o direito internacional e a Carta das Nações Unidas, que estabelece que nenhum estado soberano pode atacar outro, se não for em legítima defesa. Ora a Síria não atacou os EUA, portanto, estes não poderão fundamentar um eventual ataque àquele país alegando a legítima defesa.
       Assim sendo, um ataque americano unilateral, ou apoiado por alguns dos seus aliados, deverá ser condenado pela comunidade internacional e o(s) interveniente(s) julgado(s) no Tribunal Internacional de Haia pelas consequências trágicas que tal atitude pode despoletar: a destruição de um país e a morte de centenas de milhar de inocentes (à semelhança do que aconteceu no Iraque e na Líbia).
O diálogo entre as partes beligerantes sírias deve ser promovido pela Organização das Nações Unidas como a única forma de se chegar a um entendimento que traga a paz à Síria.
      Responder à guerra com a guerra nunca foi a decisão mais lúcida, nem a mais sadia, de se resolver os conflitos bélicos. E muitas vezes as suas consequências são imprevisíveis, levando ao sofrimento e à morte milhões de inocentes!

Manuel Coimbra

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