Futebol, são os 90
minutos de competição atlética, com desfecho imprevisto, onde o espectáculo acontece,
quando o desempenho colectivo das equipas é alcançado, por melhores que sejam
as individualidades.
Futebol, não são as horas e horas de blá-blá, desde as
conferências de imprensa e entrevistas, até a noticiários e debates
consecutivos, passando por comentadores/opinadores, quase tudo para concluir
sempre que a bola é redonda, que as balizas são duas, numa mistura de caldo
alienatório e benefícios publicitários a patrocinadores, a que se acrescenta a
tentativa de isolar o futebol profissional da sociedade e da sua situação
social e económica.
Se assim não fosse, já teria existido alguma clarividência e
coragem jornalística para confrontar os «craques», sobre o que pensam sobre a
contestação social que tem acompanhado a organização do mundial de futebol, e
as reclamações de brasileiros por saúde, educação e melhores condições de vida.
Se cinema, teatro, pintura, dança, música, cidadania,
ambiente, civismo, custo de vida, problemas sociais e regionais, entre outros e
mesmo outras actividades desportivas, merecessem a mesma atenção e interesse que
a comunicação social dá ao futebol profissional, diferente e melhor seria a
formação cultural, cívica e social de muitos portugueses, a abstenção eleitoral
não seria o que tem sido e existiria mais consciência para reclamar uma
sociedade mais justa.
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Tem toda a razão caro Ernesto Silva, de facto se a tal clarividência e coragem existisse por parte da chamada "comunicação social" tudo isto mudaria de feição para bem do nosso "Zé-Povinho". Um abraço .
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