segunda-feira, 14 de julho de 2014

Enquanto Portugal se afunda, o Costa Concórdia flutua

Enquanto aos poucos Portugal se afunda e se afoga junto à orla marítima, o Costa Concórdia flutua.
Enquanto uns quantos, quase sempre os mesmos, estão em permanente férias de sonho, milhões chafurdam em lixeiras para delas retirarem algum sustento.
À medida que o termómetro sobe, as forças anti-ignições aprontam-se para o combate de Lúcifer, que está prestes a eclodir.
Agora que o Mundial de Futebol se finou e a Alemanha subiu ao ponto mais alto do pontapé na bola, talvez a nossa Economia rime verbalmente com descarrilou, mais uma vez.
Enquanto muitos vivem à sombra da bananeira, uns quantos nossos conhecidos vivem à custa da roubalheira instituída à mais alta esfera.
E eu, jovem cidadão do cosmos, apenas com setenta anos de entre milhões de anos-luz, deito os ‘corninhos de fora’ como o caracol e, quedando-me absorto, em meditação profunda, vou hibernando em pleno verão.


José Amaral


3 comentários:

  1. Caro José Amaral, em poucas palavras diz tudo, o que de mau se passa não só em Portugal, mas em todo o globo terrestre. Subscrevo tudo o que escreveu.
    Cumprimentos.

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  2. Os barcos de luxo acabam sempre por vir à tona de água, porque sempre são repescados. Os barcos de faina ficam afundados para sempre. Um paquete baptizado de concórdia, nem que seja pelo simbolismo, deve sempre ser recuperado. Quanto a Portugal, onde reina a discórdia e a inércia, não me parece que tenha a rápida recuperação que teve o barco.

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  3. O meu agradecimento aos confrade que comigo estão nesta minha hibernação.

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