quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Bolinhas de sabão

"Olá colegas!"
Quem?! Ah!... Eis um novato que entra, pela mão da dona da casa.

Contorna a ombreira da porta, tentando deslizar pelas sombras, sem querer dar muito nas vistas. Pousa a caixa com tralha, para se instalar. Miudezas, que se arrumam agora cuidadosamente sobre a secretária, que se estranha, mas vai assim ficando mais familiar; esferográficas, em estudada sequência, lápis, como se pode ler sem um?, postits, ferramentas.

Tira um par de livros, daqueles em papel e tudo. Folheia um: «nunca conheci quem tivesse levado porrada». Alinha-os, bibliotecariamente. "... tantas vezes tenho sido ridículo ..."

Computador ligado, colunas em simetria, está quase em casa. Jorra música, jorram palavras: «o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio».

"Pois é, a culpa é de todos, a culpa não é de ninguém... É pá, se o Zé já sabia disto tudo, 30 anos atrás, que raios vou eu dizer?"
Sentou-se, começou a bater as teclas... "vá lá, ao menos espero não ter enrolado os pés nos tapetes..."

1 comentário:

  1. Ricardo, muito obrigada!!
    Gostei muito, sobretudo da frase «como se pode ler sem lápis».
    Assim que tiver mais tempo, lerei com carinho os poemas em link.
    Abraço e boas escritas :) sobretudo agora que o DN deixou os leitores-escritores preocupados ao deixarem de nos publicar as cartas... esperemos que seja por poucos dias.

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