sábado, 23 de agosto de 2014

Três desabafos

A fauna também já não é o que era, pois nunca se viu neste etéreo paraíso terreal à beira-mar especado e saqueado, que um ‘espírito santo’ passasse de uma crisálida peçonhenta, metaforizada em mariposa.
E é essa nova borboleta que vai enfrentar a sanha devoradora dos abutres do sistema, postados em quase todas as caixas-fortes, agora sempre vazias? Ou será que as laboriosas formigas – os contribuintes –, que denodadamente encheram os ditos cofres, vão ser novamente chamadas a enchê-los, a fim de posteriormente voltarem a ser saqueados pelos mesmos saqueadores da nossa arca perdida?

Inacreditavelmente, para o comum dos mortais que paga todos os seus impostos devidos ou indevidos, soubemos que o Governo Regional da Madeira ainda não liquidou o seu IRS de 2009 no montante de cinco milhões de euros.
Como isto é possível, se um qualquer contribuinte vê logo tudo penhorado se falhar um residual pagamento?
Mais uma vez se verifica que o Fisco, a Justiça se vergam perante os poderosos e são verdugos por com aqueles cumpridores que pagam tudo que lhes é imposto até ao último cêntimo.

A RTP, vergonhosamente, continua a ‘brindar’ os telespectadores com programas sangrentos – as touradas.
Será serviço público uma criança ver um cavaleiro do apocalipse espetar fartas de ferro no costado de um indefeso touro, para gáudio de gente ensandecida?
Já não chega vermos o holocausto diário imposto por homens sem temor a nenhum dos deuses que dizem amar?
Que moral devemos invocar para com aqueles conterrâneos que, ao irem de férias, atiram os seus animais de estimação pela janela fora?

José Amaral/VNGaia ou Vila Seca (Armamar), capital da maçã de montanha, no Douro Vinhateiro



1 comentário:

  1. Já nada é o que era, porque o tempo altera e muda tudo o que era, porque o que era já foi, e o que é, é. É a vida sempre a matar o passado que a alimenta, porque só vivemos se nos alimentarmos e para nos alimentarmos temos sempre de destruir algo. Aliás, morre-se para que outros sobrevivam, porque o nosso viver é uma passagem, uma sequência de um longo curso.

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