quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ausência de pragamatismo


 
         Um dos problemas a que os portugueses se mostram mais renitentes é ao pragmatismo. Frequentemente abandonam o que se revela útil, em busca de um ideal que se sabe à partida que não se conseguirá atingir. A propósito do orçamento do Estado para 2015 critica-se muito. Por exemplo, o facto de não prever a descida do IVA na restauração. Quando este aumentou para os 23 % choveram inúmeras críticas de todos os lados. Que era o fim do turismo, da restauração e que era um erro colossal. Entretanto decorreu o período alto do turismo e o ano está quase no fim. Segundo os próprios interessados foi um dos melhores anos de sempre para o turismo e a restauração. No entanto, alguns continuam a bater na mesma tecla, quando deviam estar satisfeitos por as desgraças previstas não terem acontecido.
 
         Também a falta de previsão no orçamento para 2015 de apoios à classe média é muito referida. Que com esses apoios se aumentaria o consumo interno e que com o aumento do consumo interno se promoveria o desenvolvimento do país. Ora, ainda há poucos anos nós tivemos uma classe média altamente valorizada: - com ordenados e pensões acima da média, com benefícios fiscais, crédito fácil, etc. E o que aconteceu? Aumentou de facto o consumo interno, mas à custa do endividamento e da importação de bens e serviços estrangeiros. Houve episodicamente muita gente a viver melhor, mas o desenvolvimento do país não aconteceu. O que é necessário é que todos adotem posturas mais responsáveis perante as realidades do país.

Miguel Oliveira Rodrigues                                             

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