quarta-feira, 29 de outubro de 2014

E se as Ilhas Britânicas fossem no Mediterrâneo?






Poucas coisas  chocam hoje em dia as pessoas. Os duches diários que tomamos de imagens violentas e bárbaras, imunizou-nos contra as atitudes infames, os actos infames, as consequências e os dramas infames.

Esta espécie de adormecimento colectivo não deixa de ser uma protecção que as nossas consciências vão tecendo para nos defenderem. De outra maneira – ingénuos - não aguentaríamos por muito tempo  em sanidade mental,  as vilanagens deste mundo.

Pessoalmente, hipocrisia e cinismo (quase sempre de mãos dadas) são os traços de carácter mais hediondos que habitam os corredores frívolos de algumas mentes humanas. Porque revestem-se de um exterior de veludo, agradável ao toque, quando escondem por dentro  essências do Mal.

Morrem diariamente no mar Meditterrâneo – lindo lago para passeios românticos ou de lazer, com um copo de gin na mão, na amurada de um paquete de luxo – seres com uma morte horrível por asfixia e afogamento,  cujo único desvario que se lhes pode apontar, era o de quererem a liberdade e sobreviverem com um pouco de dignidade nos países dos seus sonhos de televisão.

Os europeus olham para o lado e assobiam. Os italianos e poucos mais  vão dando uma mão, fazendo o que podem.

Os saxões, porque são qualquer coisa só sua, e nunca foram verdadeiramente europeus – querem lá eles saber de um grande espaço de união dos europeus – acham que se devem musculadamente fechar as terras e os mares , impedindo uma invasão desses seres , que nem sequer são bem humanos.

As memórias são tão curtas! No século passado e por duas vezes, o mundo ocidental à custa de centenas de navios afundados e de  milhares de mortos, salvou as Ilhas Britânicas de morrerem à fome e ao  colapso  impedindo o bloqueio e o cerco dos alemães.

Hoje, alguns desses ilhéus, na soberba dos seus paletós  riscados e chapéus que entretanto se tornaram ridículos,  debitam essas infâmias.

É esta a minha notícia chocante da semana!

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