quarta-feira, 26 de novembro de 2014

DN 25.11.2014


A nossa destruição rápida do “ser” (COM OUTRO TITULO)

Por certo que esta crise económica e financeira que estamos a viver, sem fim à vista, é muito mais abrangente que “unicamente” a estas duas áreas.

Ou seja, trata-se de um aglomerado de crises, de tal forma intensas que mesmo com pequeníssimos e possivelmente inconsistentes sinais de recuperação, tudo o resto continua em total degradação.

“Este” estarmos a viver na espuma dos dias, tudo muito superficialmente, sem conteúdo, demasiado no imediato, aumenta o vazio que tanto nos rodeia.

Ao continuarmos a perder valores, a cada dia que passa, achados indignos para esta segunda metade do século XXI, como o respeito por nós e pelos outros, educação, cidadania, princípios e comportamentos em sociedade, dignos de Pessoas que ainda somos, vamos cavando e prolongando um tempo vazio, sem consistência, demasiado descartável.

Como seres humanos, apesar de parecer que andamos por cá há pouco tempo, temos séculos e séculos de presença, de nossos iguais, menos desenvolvidos nuns sentidos e talvez mais, noutros, se bem que em épocas distintas. Com erros e situações também muito positivas e evolutivas, para aqui chegarmos como estamos em alguns aspectos civilizacionais e até de muito progresso.

Mas, como é deselegante, não é “fixe”, hoje, pensar - caiu em desuso “pensar”, - ler, defender Cultura e “isto” são banalidade, não temos memória e obrigam-nos a esquecer a História que não seja no máximo a do mês passado. E vamos vivendo no imediatismo, no superficial, mas onde “parece” ser o que está a dar, o “fixe”.

Algo que por muito que custe a muitos tem imensa influência neste estado a que chegamos é a Justiça. Já Impérios fortes e antigos se derreteram quando a Justiça deixou de funcionar, quando a Justiça caiu na ruína, quando a Justiça deixou de ser tomada com a máxima seriedade, independência e respeito, e estamos outra vez, a viver esses tempos. E não é necessário apontar um único exemplo para isso entendermos, ou até já o termos sentido.

Quantos de nós, nos andamos a tincar, a trucidar, a desconjuntar e a mais desconstruir, iremos desesperada e descaradamente bater na parede, e já esteve mais longe a parede para a qual nos dirigimos em grande velocidade, todos, mesmo os que para tal não tenhamos contribuído activamente.

Não haveria necessidade de sempre ter que baixar, tanto, para depois iniciar a lenta subida. Mas será uma vez mais, está visto esse o percurso, face a este declínio sem paragem!

Augusto Küttner de Magalhães

2 comentários:

  1. O estampanço poderá ser o nosso destino, a menos que a parede para o embate seja derrubada.

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  2. Pois, vamos direitos contra a parede!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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