quarta-feira, 5 de novembro de 2014

TIMOR




Habitualmente reconhecemos, nós os portugueses, alguma dificuldade em “ver ao perto”. Os contornos ficam difíceis, esboroa-se alguma nitidez.

No que toca o “ver ao longe”, aí tudo muda: rapidamente captamos as imagens, entendemos os enquadramentos, vemos nitidamente a fotografia com todas as suas subtilezas.

Xanana Gusmão devia conhecer bem essa nossa mundividência, andámos com ele ao colo muito tempo, fomos as melhores amas que podia ter.

As pessoas mudam. Mudam?

Sendo pequenos, em quantidade e espécie, há encruzilhadas históricas em que conseguimos estender a mão, para agarrar e proteger, até aos confins do mundo.

Cuidamos, curamos, e voltamos para casa , bem cheios de nós porque fomos úteis, orgulhosos porque fomos genuínos, despreocupados porque ajudámos seres frágeis a crescerem e tornarem-se maduros.

Os lucros e os louros ficam sempre para os outros: os espertos, mais potentes, mais marciais, mais racionais.

Mas voltamos felizes, cumprimos o que nos dita a nossa essência de pessoas. Não trazemos outro benefício senão a sensação de paz e harmonia, riquezas mais que suficientes.

E amanhã, se outro povo em qualquer lugar deste ou outro universo, desta ou outra qualquer galáxia se puser a chorar, cá estamos nós, pobres, desiludidos, deprimidos, mas postos eufóricos, todos a fazerem força ao mesmo tempo, para estender a mola que vai levar a mão aberta a pousar nesse ombro e pôr em sossego, como só nós conseguimos.

O povo de Timor é o nosso povo, alguns (muitos) políticos, são as pústulas da condição humana. Por cá também é assim!


1 comentário:

  1. De facto, assim é: O povo de Timor é povo do nosso povo, para o bem e para o mal. E a podridão de lá, foi de cá ou teve germinação espontânea? Respondam os doutos que tais leis fazem.

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