quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

em O LIVRO EM BRANCO - página 52


nota: poema anterior a outubro de 1988

Visão total do amor

Se o amor espiritual não é fecundo,
O carnal é-o,
Pois é a génese da vida.
Divagando,
                Flutuando,
                               pratico amor espiritual;
Acariciando,
                 Tocando,
                             pratico amor carnal.
Contemplando ondulantes cabelos
Esvoaçando ao vento quente
De um vulcão quase em acção;
Olhando teus olhos, que me pedem,
Sem quantificação, o infinito prazer
Do amor que vai brotar;
Batalhando em carícias, espalmando teus seios,
Como zangão, pousado na flor,
Colhendo ímpar néctar,
Eu derramo, em ti, torrentes de lava,
Em campo fecundo,
E o teu vulcão entra em erupção,
Atirando-nos, em uníssono,
Para nuvens, eivadas de lufadas
De inaudito prazer,
Propiciando-nos visões sem dimensão,
Sem sentido,
                  Sem nexo,
                                 mas de gostosa explosão.
Assim, entroncando
O amor espiritual
Com
O amor carnal
Dá-se
       AMOR TOTAL.

José Amaral
            



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