quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Entre fiéis e fado


1 - Fiéis do padre Roberto que exercia funções clericais em Canelas/VNGaia foram exibir o cartaz ‘Não Temais’ até junto das autoridades eclesiásticas, que são as oficiais instituições da Igreja que representam Jesus Cristo na Terra.
Esses fiéis, seguidores do referido padre, organizados em ‘uma comunidade reage’, parece-me que querem fragmentar o rebanho do Senhor e esquecem-se do ancestral adágio que diz ‘Deus escreve direito por linhas tortas’.
E não é com um prelado do nosso agrado que as nossas íntimas preces são melhor aceites por Deus Misericordioso. Portanto, quem somos nós para irmos contra os desígnios do Redentor, afrontando-O?

2 - Catarina Carvalho  - directora da NM - dissertou sobre o fado em ‘Um golo de fado no trânsito caótico’, como, de facto, ‘chora a fonte, reza o monte, branca asa, canta a flor, chora a flor, em campa rasa’, tal como chorar descontente, quando se é crente, ou contemplar uma flor, para pisar essa flor, quando o amor já não é ardente!
E, como nada podia faltar nessa linda prosa, remeteu-se CC, e bem, ao essencial do fado: a voz e o sentimento de um povo em uma só pessoa – Amália. A única, a diva de todas as divas, a deusa de Portugal, quando cantava a canção gemida de todos nós – o fado, canção ancestral que, no seu pedestal poético e pungente, carrega a nossa identidade, ungida na amálgama lusitana, onde a saudade impera, para o bem e para o mal do nosso destino colectivo.


José Amaral

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