sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

na página 54 de O LIVRO EM BRANCO


Marginal

Fui um marginal das boas coisas
que a vida tem p´ra nos dar;
Passaram por mim mais-valias
que eu pudera agarrar.
Mas como marginal que era
desta vida de tortura,
Ficou em mim a quimera,
passou por mim a verdura.

E eu crestado da vida
perdi o viço que tinha,
Não por ser um mau fruto,
mas por ser a sina minha,
Ou talvez maldade alheia
que me tolheu desde o berço,
Urdindo-me negra teia,
fazendo-me prisioneiro,
Perdendo-me por completo
neste mundo circunspecto.

Sou assim um marginal
neste mundo animal.

(este poema foi distinguido com uma menção honrosa numa manifestação cultural levada a efeito pelo mensário NOTÍCIAS DA BEIRA-DOURO, em 21/9/1985)
José Amaral




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