sábado, 28 de fevereiro de 2015

Ainda sobre o inqualificável AO

O inqualificável AO – acordo ortográfico –, que maus falantes e piores governantes nos impuseram, não pára de nos surpreender.
Eu sei que a Língua de Camões é uma língua viva, e, portanto, ao longo dos tempos sofreu algumas correcções, pelo que, inicialmente, também defendi tão fracturante acordo, segundo o pensamento de o Português não ser uma língua morta.
Mas, agora, confesso, abomino e não professo o actual AO. Ele não ensina e nem facilita quem não sabia escrever correctamente, como também não convence aqueles que escreviam e escrevem escorreitamente.
Assim, não se compreende a supressão do acento agudo no primeiro ‘a’ no vocábulo ‘para’ na frase ‘não sei onde pára o comboio para a entrada dos passageiros’, como também na celebérrima brincadeira do cágado sem o referido acento, tal como um cidadão egípcio ser filho do amputado Egipto sem ‘p’.
E assim me exprimindo em português anterior ao acordo, chamo-vos a especial atenção para um pequeno excerto noticioso vindo num jornal diário que começava assim: ‘O poder de compra dos espetadores dos festivais de música em Portugal …’.

Vejamos a dúvida: se no Brasil é assim que se entende e escreve o termo espetadores porque o ‘c’ que falta é mudo para aquelas bandas, por cá pronuncia-se com e sem ‘c’, assim: espéquetadores e espétadores. E nunca espetadores, com ‘e’ fechado como aqueles sujeitos que furam com espeto, ou atravessam algo com instrumento agudo. 

José Amaral

1 comentário:

  1. José, o mais engraçado mesmo é que no Brasil a forma "espetador" não existe. Lá escreve-se e lê-se "espectador" (http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/definicao/espectador%20_958911.html). Apenas Portugal passará a escrever segundo essa forma aberrante. É este o absurdo do acordo.

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