sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

em O LIVRO EM BRANCO - página 73

versos compilados até 1988

O actual

Vivo à porta fechada na vida que não é aberta.
É tudo uma mascarada; é tudo uma vilania.

Só vejo pilhas de ramos jazendo
de árvores mortas, sem raízes,
em cursos poluídos, infelizes.
Sofrem hálitos fétidos
em faces de olhos pérfidos.

O mundo perdeu o que era natural;
passou-se a um viver todo artificial,
só vegetando as plantas em ambientes de estufa.

Vamos passar a usar no quotidiano
máscaras artificiais sobre as naturais.

Se assim continuarmos
a viver como vivemos,
viveremos muito pouco,
não passaremos de enfermos.

Podridão (humana)
Sofreguidão (humana)
Vulcão (de índole humana)
A extinção (da raça humana)


José Amaral

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