No reino animal o suicídio acontece pouco. Acontece julgamos nós (que não estamos na cabeça dos animais) sem razão pensada deles, por desencadeamento de mecanismos dúbios.
Só os homens
o fazem por vontade própria, e geralmente tomam tempo para decidir a forma e o
momento, ou quando estão encurralados.
É um acto
difícil de julgar. Cobardia para uns, da maior das nobrezas em espíritos de
índole romântica.
Seja como
for é uma decisão de grande responsabilidade, mesmo para os partidários da
amoralidade nos acasos do universo.
Tento
entender essa possibilidade, compreender os becos sem saída, o cansaço
absoluto, a situação terminal. Não sei o que me espera e ainda bem.
Lamento não
estar confortável com conjugações karmicas,
chamamentos a paraísos paradisíacos, sacrifícios humanos para ganhar a vida
eterna.
A minha
espiritualidade, boçal e eventualmente mesquinha, resume-se a cumprir a única
existência que conheço: este momento.
Amanhã,
gosto de olhar para o céu, esteja de azul, cinzento, ou amalucado em tonalidades
várias. Olhar para o céu com deslumbramento é mais do que suficiente.
Mas este
assim, sou eu. O meu vizinho ao lado, que estimo e por quem nutro a maior das
considerações pode amanhã sair de casa para
irresolver a sua vida e a de mais cento e cinquenta outros, sem que alguma
vez nos cafés que tomámos juntos eu me tivesse apercebido das suas
determinações.
Assim
funciona esta roleta.
Sim, é uma loucura, o que o copiloto alemão fez...levar consigo 150 pessoas.
ResponderEliminarA mente humana é imprevisível, complexa, insondável. Assim é a minha mente...Não somos nada... Temos que confiar. A nossa vida depende dos outros , não só de mim. Confiamos a nossa vida no motorista do autocarro, no piloto do avião que nos leva a destinos de sonho ou nos traz de viagens maravilhosas e felizes...
Sim, sim. O Robalo humano diz bem o que nos vai na alma, apesar de considerarmos inumano o que o dito copiloto executou.
ResponderEliminarQuando o ser humano atinge o desinteresse total por si próprio arrasta consigo a destruição. Depois, num mundo em que não houve consonâncias, as tragédias estarão sempre eminentes. Este, e outros acontecimentos, deviam merecer toda a atenção dos que têm poder e não só. Porém, dentro de minutos, outras barbaridades ocuparão o lugar desta.
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