sábado, 18 de abril de 2015

Que resta do 25 de Abril? (1974-2015)

Companheiros deste sítio,
A uma semana desta efeméride, aqui vos deixo com estas singelas rimas alusivas a tal facto histórico, feitas hoje mesmo ao correr da pena, mas elaboradas com muito sentimento:


Que resta do 25 de Abril? (1974-2015)

Que resta do 25 de Abril?
Nem o riso alegre da criança
Olhando o cravo rubro no fuzil
A sossega no porvir de tal esperança!

E todos os sonhos se esfumaram
Porque sem qualquer tardança
Renovados algozes voltaram
  Em que só a desgraça avança! 

Povo, não queiras que te chamem burro!
Mas, como tens sido sempre enganado,
Acaba de vez com tanto esturro
Não apostando sempre no corcel errado!

Vive, pois, o marco vinte e cinco
Do mês que foi um promissor Abril;
Esmaga com todo e mui afinco
Quem o granjeou tão vil!

Se Abril feneceu
E a sociedade ensandeceu
Despe à Revolução o vestido xaile
Com cores piores do que o breu.
Corre com os malditos do baile
E vem p’rò Terreiro que é teu!


José Amaral

1 comentário:

  1. Um poema com sentido crítico mas que ainda revela alguma esperança. O povo foi esmorecendo através de um programa cirúrgico devidamente montado pelos vendedores de promessas vãs. Agora, meio adormecido não consegue ter ânimo para sair da teia.

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