segunda-feira, 13 de abril de 2015

Rodar ao contrário

Foi um prazer ler o texto de Alexandra Prado Coelho, ilustrado por João Catarino (Revista 2, Público, 12/4).
Tal como os ponteiros do relógio do British Bar, inaugurado em 1919 no Cais do Sodré, que rodam ao contrário, movendo-se no sentido da rotação da Terra, eu costumo ler os jornais de trás para a frente.
O tempo é um tema atraente (foi até tema do 25º aniversário deste jornal). «O tempo ao contrário», assim se intitula a «crónica urbana», a última rubrica da Revista 2. A jornalista foi ao British Bar e teve “uma lição de filosofia” a partir desse relógio especial que lá está, velhinho, onde no lugar do 1, está o 11, no sítio do 2, o 10, etc.
“Há relógios de todos os géneros. Os absolutamente certos e os atrasados, os parados, os adiantados e até os que são apenas um mostrador vazio, sem ponteiros”, escreveu.
Fiquei a pensar que talvez sejamos como eles… Diferentes nas formas, no visual, «máquinas» mais ou menos perfeitas, mais ou menos acertadas no que dizemos e fazemos. Mas não nos permitamos ser “mostradores vazios”, sem ponteiro, relógios sem vida, sem movimento ou em movimento.
Antes andarmos ao contrário, como aquele relógio, contra a corrente, pensando e agindo um pouco (ou muito) de outro modo... Se esse é o nosso sentido de «rotação»! 

1 comentário:

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