sábado, 25 de julho de 2015

OLIVER TWIST


No tempo de Lord Byron
Na presumida Albion
Um orfãozinho bem triste
Chamado Oliver Twist
Penava na escravidão.
Num antro encafoado
Com outros do mesmo fado
Quis um pouco mais de pão:
Que topete inusitado
Que falta de educação!
O petiz foi castigado
Brutalmente vergastado
Pelo seu atrevimento;
O carrasco escalado
Não usou de fingimento.
O perigoso rebelde
Com cicratizes na pele
Das violações sofridas
Foi vendido sem apelo
A outros infanticidas.
Vida que valeu romance
E lição de grande alcance
Do cruel capitalismo:
Que o mundo não avance
Para longe do abismo.
E tantos anos passados
Neste mundo de enganos
Não diminuiu o risco
De milhões de deserdados
Permanentemente escravos
Desse capital sinistro!

Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Bonito e infelizmente continua actual,considero este poema uma homenagem a todos os deserdados deste mundo que escravisa muitos milhões de seres humanos entre os quais milhões de crianças. Parabéns ao autor e obrigado.

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  2. Sabe uma coisa, senhor Costa, os milhardários que acham que endeusam o capital deviam fazer a experiência de encerrar num baú blindado os seus milhões e abri-lo ao fim de uns anos para verem se tinha rendido alguma coisa. Talvez assim se convencessem que é o trabalho que produz a riqueza das nações...
    Amândio

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