quinta-feira, 30 de julho de 2015

PORTUGAL PRECISA-NOS




É quando atingimos os níveis mais vis de défice democrático; quando a propaganda é a única voz dos que nos governam e dos que querem governar; quando tudo o que foi feito é o oposto do que temos e ao que chegámos, e ainda por cima é dito e mentido com a maior das despreocupações; quando se destruiu a tecedura social e agora se diz que a próxima legislatura vai ser dedicada com humildade ao homem e à protecção da sua dignidade social; é quando esta miséria política é tão miserável, que ainda temos mais obrigação e responsabilidade de ir votar.

Sabemos que nestes limites da liberdade e da individualidade a que nos encostaram, com as ofertas que temos, é muito difícil ter motivação para ir votar. Mas atenção: é isso que eles querem, eles têm garantidos os votos dos seus alienados e indefectíveis seguidores e esses bastam. A maioria dos outros – nós - os que não os seguem (nem seguem ninguém), se forem todos votar podem fazer tremer o regime, talvez até, enterrar de vez os modelos governativos em prática.

Interessa-lhes portanto que eles/nós não vão. Abstinentes e ausentes e se chover granito nesse dia, melhor ainda.

Temos dois meses para falarmos o mais que pudermos, escrevermos o mais que conseguirmos, para tentar convencer os nossos concidadãos a votarem massivamente no NÃO às opções disponíveis.

Se as pessoas, em geral, estão de acordo que somos neste momento um país sem oportunidades; a degradação das reformas mantêm-se e mesmo assim são muitos os reformados que ajudam a compor o orçamento mensal dos seus filhos com quarenta e cinquenta anos de idade; a fuga obrigatória da massa crítica para o estrangeiro não estancou; a saúde e a educação degradaram à vergonha, o nível dos seus serviços; as rendas das casas não estão mais baratas; a água, o gás, a electricidade, as comunicações, não estão mais em conta; os transportes são insuficientes, maus, mal planificados; A justiça é uma farsa; a regionalização não foi devidamente pensada, planeada, concretizada: temos as maiores disparidades demográficas num rectângulo – ainda por cima pequeno – de fácil gestão territorial.

Se tudo isto é assim porque razão é que ainda votam no PS,PSD e CDS-PP? Ou somos masoquistas, e já num nível patológico, ou somos realmente limitados na inteligência.

De uma vez por todas mostrem a vós próprios que não são nem deficientes, nem curtos, nem desleixados, nem tolerantes, nem apáticos, nem passivos. Olhem para o espelho e vejam-se com decência, não tenham pena de olhar para vós.

Votem no dia 4 de Outubro, Portugal precisa-nos.


  

6 comentários:

  1. O Luís tem, de certa forma, razão quando insiste em que votemos nas próximas eleições, deixando nas entrelinhas que devemos tentar mudar. O problema é que o esquema está errado logo à partida. São os estados maiores dos partidos que organizam as listas, de acordo com os seus interesses e não em função da representatividade dos eleitores. Só com uma parcela significativa de círculos uninominais, com deputados eleitos directamente de base, haveria verdade no resultado final. Assim, com listas à molhada, onde os cabeças de lista que marcam o percurso futuro foram escolhidos pelos chefes e juraram fidelidades ao grupo, já está de antemão tudo definido. Pessoas que moram em Lisboa, são cabeças de lista por Braga ou Castelo Branco, onde raramente se deslocam e recebem ajudas de custo pela
    deslocação como se residissem em cidade do círculo por onde foram eleitos. Só conhecem os eleitores de quatro em quatro anos. Como discordo do sistema, não irei votar, mas, como não sou o espelho de ninguém, acho que cada um fará o que a sua consciência lhe ditar. Um abraço ao Luís, sempre na luta em defesa da cidadania.

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  2. Apesar de estar em parte ,de acordo com a critica que o amigo Joaquim Tapadinhas faz ao modo como são escolhidos os cabeças de lista pelos partidos, mesmo assim, subscrevo o texto do amigo Luis Robalo. Primeiro porque ,sempre que estamos em periodo eleitoral, há partidos que são censurados pela comunicação social, veja-se nos Jornais enos canais da TV, como o PCP e a CDU, são negativamente marginalizados pela . Isto depois, tem de dar frutos a favor dos partidos do nosso empobrecimento (PS,PSD e CDS). Depois porque, os inúmeros escândalos de corrupção e outros ilícitos são alegadamente de origem laranja (PSD) origem rosa (PS) ou de Origem azul (CDS). Portanto para além de ser importante que os eleitos venham a conhecer os eleitores, não será por aí que vai o mal maior. O mal maior é termos tido governantes desonestos e o nosso povo continuar a votar neles como se fosse normal a desonestidade dos politicos de camisola laranja, camisola rosa ou camisola azul. Por isso, por favor,portugueses, parem de premiar os politicos corruptos.

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  3. Pois sim eu irei votar mas certamente não será em nada parecido com o Syrisa ou com qualquer partido que não se reveja na União Europeia. Não estou nada de acordo de que os políticos são corruptos. São tão corruptos como os jornalista, os economista, os médicos, os contabilistas ou os engenheiros ... ou qualquer classe profissional. Há corruptos em qualquer lado mas não em todo o lado.

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    1. Pois é Afonso, mas uma coisa é, por exemplo um qualquer cidadão anónimo ser corrupto, e claro que, isso é feio e é mau, outra coisa muito mais grave é um politico que ganhou a confiança do seu eleitor, e depois em vez de defendê-lo, serve-se do cargo para o roubar. Quanto á sua opção de voto, faz bem, continue a votar nos partidos do nosso empobrecimento, os tais que alegadamente estão cheios de escândalos de corrupção. Os ladrões do nosso povo agradecem.

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  4. Níveis mais vis de défice democrático? Deve estar certamente a brincar. Ou então as palavras para si não têm qualquer significado.

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  5. Eu, que nunca me vinculei a qualquer partido e já votei em todos, conforme o tipo de eleição,voto naquele cujas propostas me parecem cumpríveis. Se não cumprem, na próxima já não "abicham" o meu voto...
    Amândio

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