BATOTEIROS

                                           TEMPO DE FALSÁRIOS

A desvalorização e degradação programada de tudo quanto é administrado pelo Estado, em favor da endeusada “iniciativa privada”, tem sido “bandeira” da Direita, porque é no mundo dos negócios que se sentem como peixe na água.

De facto, o objectivo primeiro da incursão na política da gente dos negócios é preparar caminho, com leis a jeito, para mais facilmente poderem fazer o que realmente é da sua natureza, que é via livre para todo o tipo de negociatas.

E é isso que se tem verificado no ensino, com a desvalorização sistemática da escola pública, achincalhando professores a tal ponto que pais e alunos já se sentem à vontade para os agredirem em plena sala de aula;   deixando degradar instalações – todos nos lembramos como destrataram tudo quanto se referia à “Parque Escolar”, considerado despesismo asiático a melhoria dos estabelecimentos de ensino – ao mesmo tempo que aumentavam escandalosamente o cheque aos comerciantes do ensino privado.

Mas como a normal conduta de tudo quanto é negócio privado é a falcatrua, porque é o lucro máximo o único Deus que adoram, são recorrentes as notícias de batota com as “notas”, para assim alcançarem boas posições no “ranking”…

Assim, se os candidatos ao ensino superior têm por meta um curso para o qual a universidade respectiva exige nota alta no fim do secundário, e os meninos nunca foram estudiosos, preferindo copos e noitadas, “no problem”, dá-se aos moços uma nota à medida daquelas exigências! E assim vamos…

                                               Amândio G. Martins