segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ESTE CLIMA NÃO É DE CONFIAR



Está a acontecer e cimeira mundial do clima, numa cidade fortaleza – todas as cidades reconstroem agora muros , mas estão esburacadas como os queijos suiços.

O clima está agreste, imprevisível, de inesperadas tempestades, os chefes de todos – ou quase – os governos do mundo, têm que o pôr na linha.

Começa a cimeira da retórica,  poluição das palavras, que emitem tanto ou mais CO2 como o maior dos poluentes. A cumbre de pompa e circunstância, dos ditos gongóricos, ditos seriamente  fingidos, espertamente enovelados pelos discursos de assessores doutorados em escrita criativa.

Todos os discursos vão ser engalanados por flores de estilo e o seu impacto esgota-se na opinião pública, porque o mundo de hoje esgota-se na comunicação social, a única agenda .

Convidaram os ursos polares? Os rinocerentes? Os elefantes? Não. Esqueceram-se deles. Não falam, logo não discursam, logo não têm opinião.

Para grandes decisões, grandes lideres: os que se fazem ouvir.

Portugal representa-se, mas não leva conversa, não se inscreveu para conversar. Necessitamos tanto de pôr a conversa em dia nos temas do nosso quotidiano, para quê  perder  tempo com palpites que não se dominam?

Temos para oferecer uma mão cheia de linces amedrontados;meia dúzia de intervenções urbanísticas pouco “impactantes” (veja-se o caso de Albufeira) na orla marítima; a desertificação do interior - por cobardia dos autóctones, que não querem lá viver.

Assuntos desses, menores, que interesse podem ter numa grande e majestática cimeira mundial do clima?

Cá faz um calor em fins de Novembro que parece Verão. Ainda bem que é bom para o turismo. A chuva só molha, não faz falta.


Queremos lá saber dos linces, se nunca vimos nem vamos ver nenhum?

1 comentário:

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