quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Fiscalização do trânsito

É difícil entender quais os critérios que presidem à actuação das nossas diversas polícias quando aplicam multas de trânsito.

Temos no Porto, mas também em Matosinhos, Vila do Conde e, se calhar, na capital, em avenidas e ruas de grande circulação, a qualquer hora do dia, veículos “estacionados” em segunda fila, em cima de curvas, nas passadeiras. Em locais não só proibidos — não é “feio”, se em prol de todos se tiver de proibir alguns comportamentos inadequados, até é democrático e civilizado — como incomodando tudo e todos, e até fazendo “também” transgredir quem normalmente quer circular.

Não poucas vezes, passam viaturas da polícia e nada acontece. E tudo impunemente se repete! E quando deixam os quatro piscas ligados e vão ao banco, ao café, às compras...? (...)

Mas aí vem multa, e lá aparece a polícia, um reboque amarelo e uma parafernália de sinais.

Pronto. Lindo, todos a actuar bem! Parece um país civilizado!

(...) E mais grave, até por já estar a originar acidentes excessivos, é a não paragem no semáforo vermelho. Mais acidentes não tem provocado porque a condutora que está no sinal que ficou verde não arrancou, por estar ao telemóvel ou no smartphone a actualizar-se, ao segundo, distraída na condução. Andamos todos tão distraídos na condução

(...). Não se quer uma filosofia de todos multar! Não. Mas com certeza que multar onde menos incomoda e não o contrário parece — mas deve ser erro de análise — mais ser a “caça” à multa do que a vontade de a autoridade se mostrar e querer fazer-se respeitar. Em tantos casos, a fiscalização, o controlo e a multa poderiam ser feitos a pé (...), com um terminal de computador ou até papel e lápis, na mão, tanta é a transgressão visível à distância sempre nos mesmíssimos locais, e a incomodar!

Augusto Küttner de Magalhães,
(PÚBLICO 06.12.2015)

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