domingo, 17 de janeiro de 2016

Comissão Europeia e o défice público


As autoridades europeias estão a ponderar incluir a injecção de capital no Banif nas contas públicas, o que me parece um tremendo e propositado erro da Comissão Europeia. Esta inclusão tem como objectivo pressionar o governo Português a manter o ritmo de consolidação orçamental em 2016 e 2017. No entanto, o Sistema Europeu de Contas, que classifica o tipo de despesas e receitas que entram para o défice público é bastante claro, quanto à exclusão de medidas extraordinárias, que pela sua natureza não se repetem anualmente. Como é evidente, as despesas com o Banif entram nesta categoria e por isso não devem ser contabilizadas para efeitos do défice. Porém, como a União Europeia percebe que se Portugal apresentar um défice orçamental inferior a 3%, terá direito a um maior relaxamento e flexibilização da austeridade, e por isso tentará evitar a todo custo esta situação, de forma a manter as exigências e o controlo das contas públicas sob o governo português.  
João António do Poço Ramos,

6 comentários:

  1. O actual Governo sabe muito bem que está numa "camisa de forças", porque a ideologia "dominante" na Europa tem pavor que se demonstre o profundo erro da filosofia seguida, apesar de os resultados o demonstrarem à saciedade...

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  2. O problema, para nós portugueses, está no débito e não na arrumação da conta onde este se inclui, para efeitos contabilísticos. O roubo que é feito aos cidadãos, contabilizado ou não na conta de gerência anual, tem de ser pago por todos nós. Arrumá-lo nas despesas de 2015, ou deixa-lo de lado numa conta à ordem, dá para nós, no fim, o mesmo resultado, porque temos de pagar juros dos empréstimos externos que cubram temporariamente. Ir atrás dos que nos bancos fizeram as falcatruas, e são centenas de envolvidos, é que devia ser a tarefa na ordem do dia. O resto é conversa para entreter o pagode, enquanto o país se afunda. A União Europeia, com uma indiferença desumana, trata os países em dificuldade como parentes pobres.

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    1. Caro Joaquim, concordo consigo. Trata-se de uma questão meramente contabilística e é certo que teremos de pagar os empréstimos contraido para a inkecção de capital no BANIF. Porém, a diferença, neste sentido, decorre da possibilidade de portugal executar um conjunto de investimentos de elevado interesse nacional, sem que este valor contribua para a meta do défice. Como estamos em procedimento de défice excessivo não poderemos aceder a essa "folga" orçamental, de tal maneira relevante que poderia criar condições para a economia prosperar num médio e longo prazo. Além disso, as expectativas dos agentes económicos e a imagem de portugal, em relação ao exterior é completamente diferente, em função do valor oficial do défice. Por ultimo, em finanças públicas colocar despesas ordinárias e extreordinárias no mesmo "saco" é um erro de todo o tamanho. Cumprimentos

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  3. Esta União Europeia, de união, nada tem. Portanto, não nos interessa. Assim como este sistema que deixa impunemente ir bancos à falência e vende as melhores empresas. Portanto, amigos, temos muito que amargar. Mas temos o dever de exigir/construir mudanças.

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    1. Caro Francisco, tem toda a razão. Hoje em dia, a UE é uma organização liderada por dois a três grandes paises do centro da europa, que abusam do seu poderio economico e financeiro para retirar beneficio de pequenas economias periféricas, como a Portugal. Os nossos interesses tem vindo a ser sistematicamente vendidos a troco de uns tostões ao exterior. Veja-se o caso do nosso tecido produtivo, nomeadamente agricola e as pescas, severamente punidos pelas quotas de produção ou a industria altamente lesada pela fixação dos direitos alfandegários desiguais.

      cumprimentos

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  4. Portugal, graças a muitos pulhas que o Povo escolheu para o governar, pôs-se a jeito de toda a sacanagem externa, e é o que se vê: andamos uns contra os outros e cada vez mais endividados. Chicha, já estou a ficar farto!

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