quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Contra a Nação, cortar, cortar


Vivemos um período inimaginável que está a pôr à prova a capacidade de resistência do povo português. Sem que nos apercebêssemos de tal, fomos sendo catequisados para esta provação e fomos avançando para um beco sem saída.
Desde há umas dezenas de anos atrás, com a intenção de salvar as nossas almas, vão-nos aparecendo, nas nossas portas e nas ruas, prosélitos de seitas religiosas que nos querem como irmãos, e insistem, com uma paciência de Job na sua tarefa, e a grande maioria de nós, atende-os com o devido respeito, mas não liga à sua mensagem. Fomos olimpicamente ignorando quase tudo o que se estava a passar à nossa volta, quer no que dizia respeito às nossas almas, quer no que dizia respeito aos nossos corpos.
Na Última Ceia, Cristo e mais 12 apóstolos cearam em conjunto, em confraternização de despedida, e nela o Senhor predisse que um traidor estava entre eles, e por isso Jesus seria entregue à Justiça, terminando assim os seus dias na Terra, o que se veio a confirmar. Este Governo, não sei se é coincidência, ou porque também este seja o último, também foi remodelado de forma a ter 12 Ministros e um Chefe e, como hoje tudo é mais complicado, não irei dizer que entre eles há um traidor, ou que o sejam todos, mas que são incompetentes, isso não há a mínima dúvida. Abraçaram uma tarefa impossível de levar a bom termo e, em lugar de aprofundar as causas e procurar soluções adequadas, planeiam sobre as superfícies, quando deviam sentar-se à mesa com as tutelas, muito concretamente com a EU e o BEI e resolverem enveredar por um caminho que leve à solução do problema e não ao seu adiamento.
Temos de abrir os olhos e não ficar atarantados com os mistérios da Santíssima Trindade. É verdade que na mensagem de Cristo em tudo estava sempre o Espírito Santo, da mesma forma, que hoje no actual estado da Nação, em todos os caminhos que nos conduziram, há sempre referências ao Espírito Santo, seja no caso Portucale, seja nas concessões das autoestradas, seja na saúde (PPPs), etc.. Temos um novo Gaspar, não rei mago, não ofertante, não adorador de recém-nascidos. Pelo contrário, este nada nos dá, tudo nos toma, e em relação à maioria das crianças quer retirar-lhes os poucos apoios que as beneficiava, ao mesmo tempo que não se incomoda que elas, ou os pais, passem fome ou vivam num desconforto desumano.
Num fanatismo que nem os elementos das seitas religiosas cristãs interiorizam, querendo seguir os ditames de um contrato leonino feito com a troika, decidiu cortar, cortar, cortar em tudo o que mexe ou tem vida económica, não conhecendo os verbos parar ou retroceder, ou advérbios de quantidade minimalistas. E já anuncia mais cortes nos rendimentos dos pobres.
Este plano de austeridade, suportado por uma autoridade excessiva, que nos leva à decadência nacional, está a cortar a respiração aos portugueses, está a sufocar a Nação.

1.05.2013    Joaquim Carreira Tapadinhas – Montijo 

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